“Freguesias não serão ouvidas”

PUB.

Ter, 14/02/2006 - 15:08


A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, visitou uma das futuras escolas de acolhimento do concelho de Bragança, que será criada em Quintanilha, a partir do próximo ano lectivo.

Durante deslocação, a governante enfrentou os protestos de um grupo de pais e encarregados de Educação da aldeia vizinha de Milhão, que não aceitam a deslocação dos alunos para Quintanilha.
Na base dos protestos está o facto da escola da freguesia contar com sete alunos, enquanto o estabelecimento de Quintanilha só é frequentado por três crianças. “Agora tem três, mas para o ano já não terá nenhum, pois a mãe do que fica já disse que o leva para Bragança”, garantiu um dos manifestantes.
Apesar do número de alunos ser mais reduzido, a escola de Quintanilha está em vantagem, pois já dispõe duma cantina, mesmo ao lado das salas de aula.
Este é, a par da dimensão do edifício escolar e da situação geográfica da aldeia, um dos argumentos que joga a favor da criação duma escola de acolhimento nesta freguesia fronteiriça.

Contestação em Vinhais
À tarde, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, reuniu os presidentes de Junta, pais e encarregados de Educação das aldeias de Agrochão e Penhas Juntas, que não aceitam a transferência dos alunos para uma escola de acolhimento na freguesia de Ervedosa, igualmente no concelho de Vinhais.
O grupo alega que Penhas Juntas acolhe 17 crianças e Agrochão 10, ao passo que a escola Ervedosa só conta com cinco crianças. Por isso, dizem que é em Penhas Juntas que deve ficar o estabelecimento de acolhimento.
Caso isso não venha a acontecer, ameaçam não deixar as crianças irem à escola, ao mesmo tempo que defendem a deslocação das crianças para a vila de Torre D. Chama, no município de Mirandela, em vez de Ervedosa.
Tanto Margarida Moreira como a ministra da Educação não deram resposta a estes dois casos. A governante, contudo, não abandonou Bragança sem deixar um recado às Juntas de Freguesia. “A contestação dos presidentes de Junta é um problema menor e não pode prevalecer sobre o interesse das crianças, até porque temos a profunda convicção de que o que estamos a fazer é o melhor para as nossas crianças”, alega Maria de Lurdes Rodrigues.
Já na cidade de Bragança, a ministra da Educação visitou a Escola Secundária Abade de Baçal e a Escola Secundária Emídio Garcia, dois estabelecimentos que se posicionaram, respectivamente, no 1º e 2º lugares do último ranking distrital de escolas.