Folk volta a reinar

PUB.

Ter, 08/08/2006 - 15:31


Tendo como pano de fundo a Plaza Mayor da localidade espanhola de Fermoselle, a 7ª edição do Festival Intercéltico de Sendim (FIS) abriu as suas portas a um conjunto de concertos onde música folk foi rainha ao longo de três noites.

De regresso a Sendim, Mielotxin, da província espanhola de Navarra, subiram ao palco antecedendo o esperado concerto do asturiano Hevia.
Em palco marcaram, ainda, presença o grupo Berroguetto, uma das mais inovadoras e prestigiadas formações folk da Galiza, com liderança do multinstrumentalista Anxo Pintos.
Na terra de Sayago, o público presente teve tempo para ouvir o som único dos tamborileiros daquela localidade e os DRD, das Astúrias. Na segunda noite, actuaram Célio Pires (Miranda do Douro), os Lunasa, da Irlanda, e Hexacorde, de Espanha.
Mas o FIS não é só música folk, uma vez que o evento proporciona, ao público, um conjunto de actividades, como uma procissão de Ranacalhos (relas ou matracas de cana), instrumentos tradicionalmente utilizados para atormentar os maus espíritos.
Toda a contenda do FIS terminou com uma noite na já famosa Taberna dos Celtas, onde os festivaleiros deram asas à imaginação, através de concertos espontâneos, numa mostra para futuras edições.

Referência nacional

De resto, o FIS já é uma referência na folk nacional, uma vez que há pessoas de vários pontos do País que se deslocam à Terra de Miranda há seis anos consecutivos, mantendo-se fiel a esta celebração intercéltica. Este estatuto foi conseguido graças à dinâmica da organização, que soube fazer uma boa interligação entre o festival e o público.
Segundo um dos membros da organização do evento, Mário Correia, a presença do gaiteiro asturiano Hévia fugiu um pouco do programa normal do FIS. Contudo, “foi uma boa aposta, uma vez que este nome era solicitado pelo público da região”, esclareceu o responsável.
A par do festival, outras actividades regressaram, como a gastronomia, visitas arqueológicas e a “lhégua” mirandesa.
A edição do próximo ano já começou a ser preparada e prevêem-se algumas modificações nos critérios de programação do FIS, uma vez que estão contratados alguns grupos oriundos de países como o Canadá, Estados Unidos da América, Polónia e Irlanda.