Ter, 05/09/2006 - 15:33
Em rigor, note-se que os apoios financeiros concedidos pelas diversas Autarquias da Região têm permitido que os respectivos concelhos avancem no tempo, haja inovação das tradicionais festividades, e se verifique, a cada ano que passa, um aumento significativo do número de visitantes.
Sendo assim, torna-se necessário que os apoios financeiros concedidos às diversas festividades do Nordeste Transmontano, sejam reconhecidos por todos autarcas, munícipes, e não residentes, como uma das formas de combater a interioridade da nossa Região, uma vez que as nossas festividades além de divulgarem os respectivos concelhos, garantem que os filhos da terra regressem às suas origens, permitem que as nossas terras sejam cada vez mais visitadas e fazem com que determinados valores de família e de amizade não se percam com o decorrer do tempo. Por outro lado, note-se que as diversas festividades garantem também o progresso e o desenvolvimento, visto que todos os apoios financeiros concedidos têm também uma importante vertente económica no que diz respeito à divulgação, à promoção, e ao crescimento social e económico das nossas terras. Para tanto, torna-se importante que se ponha de lado o pensamento tacanho, mesquinho e pouco visionário, de que: “os apoios concedidos às diversas festividades do Nordeste Transmontano não são uma forma de investimento local e que a solução deverá passar por se reduzir os referidos apoios!”
Posto isto, é necessário que as pessoas equacionem o seguinte: - Quantos emigrantes e não residentes regressam às suas terras para poderem assistir às diversas festividades? - Qual o aumento do volume de negócios que se assiste por ocasião das festividades nos diversos sectores de actividade de cada concelho? - Quantas recuperações de casas e construções novas se fazem, a cada ano que passa, por aqueles que se encontram “fora de portas” para poderem assistir às diversas festividades das suas terras condignamente e, também, para poderem receber os seus amigos e convidados com o objectivo destes ficarem a conhecer as suas terras de origem? - Com a requalificação das nossas terras quanto é que cada autarquia têm de receitas com a emissão de alvarás, licenças e taxas? Perante estas questões, torna-se aconselhável que as pessoas que tomam decisões comecem a ver, também, o “outro lado da medalha!”
Todavia, não nos compete avaliar o que está certo ou o que está errado na gestão das verbas de cada concelho, isto porque se sabe que cada Município deve ter as suas prioridades bem definidas! No entanto, compete-nos referir, ainda, que em relação aos actuais apoios financeiros concedidos deveria haver uma maior equidade na sua distribuição, visto que os dinheiros públicos não devem continuar a ser distribuídos de forma tão injusta e desequilibrada. Em rigor, e sobre este tema, torna-se necessário salientar que existem ainda Concelhos do Distrito de Bragança em que o apoio concedido às principais festas da Sede de Concelho é dez vezes superior à totalidade dos apoios concedidos ao conjunto das festividades desse Concelho. O certo é que, estas desigualdades além de serem altamente discriminatórias, são também injustificadas, visto que deveria haver uma maior equidade e justiça na distribuição dos dinheiros públicos.
Em síntese, somos da opinião, que os Municípios devem conceder apoios financeiros justos, equitativos, e equilibrados para que não se volte a verificar mais desigualdades em relação às festividades das respectivas freguesias. Por outro lado, somos também da opinião, que esses apoios a conceder devem ter em conta a importância de cada festividade, a tradição, e a capacidade organizativa de cada Comissão de Festas.
Se é verdade que em larga medida estas questões dependem muito dos instrumentos legais e financeiros que estão colocados à disposição das autarquias, os desafios do futuro irão reclamar, destes, maior racionalidade, rigor e, essencialmente, cooperação intermunicipal, e de todos, maior atenção na escolha dos representantes locais.
Hirondino Isaías