Ter, 08/08/2006 - 14:53
O figurino adoptado nos últimos anos voltou a funcionar em pleno, com dois espectáculos em todos os dias de festa : um para a juventude e outro para os seniores. Contudo, a qualidade das actuações levou a uma mistura etária nalguns espectáculos.
Entre as celebrações festivas destacaram-se a marcha luminosa, a procissão solene e o fogo de artifício. Estes foram os pontos mais altos, que conseguiram reunir um maior número de público.
A actual Comissão de Festas, que termina este ano o seu mandato, não está interessada em continuar por mais dois anos na organização das festas, mas está contente com o trabalho realizado neste período, mas principalmente neste ano.
Segundo o juiz das festas, Rui Magalhães, após a descarga final de fogo que encerra as festas, o balanço das festas da Nossa Senhora do Amparo é positivo.
“Fizemos tudo para que fosse uma grande festa, o que se veio a verificar. Penso que em termos de organização, de gestão e controlo, a equipa funcionou em pleno”, realçou o responsável.
Modelo adequado
Esta opinião foi partilhada pelos foliões que o Jornal NORDESTE foi escutando ao longo dos dias de festa. No santuário, durante o leilão e sessão de fogo de artifício que antecederam o encerramento das festas, a opinião das pessoas era unânime: “As festas foram um êxito”.
A festa foi calma, não houve pontos de conflituosidade, não teve oscilações ao nível do cartaz, o que levaria o juiz das Festas a salientar a postura das pessoas, como um dos grandes factores do sucesso.
Apesar do balanço positivo, Rui Magalhães admite acertos no sentido de melhorar a qualidade das festas, porque “pode haver uma minoria de mirandelenses que já não se identifica com estas festas, prefere outro modelo”. Todavia, o responsável acredita que “as festas não vão mudar, uma vez que considera que este modelo é o adequado”, apesar dos grupos de pressão existentes na cidade.
No entanto, o responsável espera que não tenham força para mudar a festa da Nossa Senhora do Amparo, visto que “é uma festa que é do povo e é para o povo”.
Além disso, Rui Magalhães deixou bem vincada a sua aceitação às criticas sobre as posições tomadas pela Comissão de Festas, apesar de não admitir dúvidas que coloquem em causa “o rigor e a transparência” da Comissão na gestão da Confraria, bem como a dedicação da Comissão de Festas.
“A Confraria não são só os confrades, nem as pessoas que fazem parte dos órgãos sociais. Há uma série de gente que nos ajudou com as verbenas. Para as festas trabalharam cerca de 50 pessoas, quando a Confraria é constituída por 30 pessoas”, acrescentou Rui Magalhães.
Indemnização garantida
Contudo, o sucesso pode atingir, ainda, níveis mais elevados. O responsável pelas festas admite que pode haver posições e análises pontuais diferentes e salientou o que aconteceu no caso do fogo de artifício. “Dei ordens para não ser accionado o fogo de uma torre, o que encurtou um pouco o espectáculo, uma decisão tomada no sentido de preservar a integridade física das pessoas, devido ao forte vento que se fez sentir na altura da grande descarga “, frisou o juiz das Festas.
No que toca à questão financeira, Rui Magalhães afirma que não entende a ausência de donativo por parte da Associação Comercial de Mirandela, atendendo à tradição.
Importa salientar que as Festas são fundamentais para o comércio mirandelense, principalmente para a hotelaria e restauração, visto que proporcionam dias de grande actividade comercial.
Para finalizar, importa salientar que há uma sentença em tribunal, que já transitou em julgado. A indemnização foi elevada e é uma obrigação da Comissão. “Nós também estivemos a trabalhar em função dessa obrigação e vamos cumpri-la”, acrescentou o responsável pelas Festas.
Esta imposição prende-se com a indemnização que colocou em risco as Festas do ano passado, devido à penhora do Santuário e de todas as receitas.
Para além do êxito organizativo, também houve sucesso com as dádivas e esmolas, que Rui Magalhães muito agradece. É que, mesmo em tempo de crise económica, os devotos da Nossa Senhora do Amparo, as autarquias e alguns empresários souberam ser generosos.