Ter, 01/08/2006 - 15:16
O alinhamento do primeiro dia de espectáculos tinha nomes de peso do Hip Hop internacional e nacional, como os Maid a Gap, que abriram as hostilidades, apresentando temas do seu mais recente trabalho discográfico: “Edição Limitada” e puxando pelo público presente, para tornar a noite do Festival Carviçais mais animada. Com a chegada ao palco do rapper de Alicante, Nach, houve uma maior participação dos festivaleiros, já que os presentes perceberam a mensagem irreverente contra a “hipocrisia social” transmitida pelo músico espanhol. O rapper mostrou profissionalismo e uma forte ligação aos MC’s de apoio Arma Blanca que contracenaram com o rapper, pelo que público espanhol aplaudiu vivamente.
Depois da actuação de Nach, surge o nome mais esperado da noite, Fat Joe, uma figura popular no seio do Hip Hop norte-americano, que chegou ao Festival de Carviçais com o estatuto de “estrela”, mas o público presente garante que houve “desilusão”.
Exigências para subir ao palco
O atraso verificado na entrada em cena de Fat Joe também pode ter tido impacto negativo na opinião dos amantes do Hip Hop. As exigências monetárias feitas à organização, pouco tempo antes do início do festival, foram, igualmente, outra dor de cabeça, já que algumas iniciativas programadas tiveram que ser canceladas, de forma a haver contenção nas despesas.
O segundo dia de festa também continha nomes sonantes, como foi o caso do poeta do reggae, Linton Kwesi Johnsom (LKJ), que proporcionou um momento único dentro do seu género.
Os portugueses Souls of Fire, uma promessa do reggae nacional também não deixaram os créditos por mãos alheias. A fechar a contenda esteve a mensagem face aos problemas políticos deixada nas letras das músicas do espanhol Morodo.
Conscientes da falta de afluência na 10ª edição do Festival Carviçais, os responsáveis pela organização do evento afirmam, no entanto, que o futuro do certame passa pelo Hip Hop e pelo Reggae, alegando que está criada uma imagem de marca do Festival Carviçais a nível nacional.
Aliás, após um ano de paragem, não havia expectativas em relação ao número de pessoas que pudessem visitar Carviçais.
“Conseguimos os objectivos mínimos: primeiro semear para poder colher já no próximo ano”, assegura Adriano Menino, da organização. Ou seja, para o ano há mais.