ETAR sai dos terrenos do IPJ

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Qua, 08/02/2006 - 09:39


A mini-ETAR que estava a ser construída em Gimonde, nos terrenos do Instituto Português da Juventude (IPJ), terá de ser transferida para outro local.

Recorde-se que o Ministério da Juventude e do Desporto (MJD) mostrou-se sempre contra infra-estrutura de tratamento, alegando que o terreno se destina à construção de infra-estruturas ligadas ao desporto e ao lazer.
Segundo o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, depois de várias reuniões com a Câmara Municipal de Bragança, a tutela chegou a um acordo com a autarquia na passada terça-feira. “Consideramos que aquele terreno é adequado para a construção de um parque desportivo e de lazer e convidámos a Câmara a colaborar connosco na edificação daquela infra-estrutura”, acrescentou o governante.
Neste momento, o MJD vai iniciar o processo de organização do espaço para proceder, em colaboração com o município, à elaboração do projecto do parque, que se pretende que seja atractivo para toda a população.
Segundo Laurentino Dias, a ideia “é criar um espaço onde as pessoas possam desfrutar da natureza, através de passeios pedestres e merendas, associado a diversos equipamentos desportivos”.
Este projecto, acrescentou o responsável, “vai dinamizar, não só o desporto, como também o turismo”.

Câmara recuou

A construção do parque obriga à transferência da mini-ETAR para outro local, para não perturbar o funcionamento do futuro parque de lazer, que vai dar utilidade a um terreno que já esteve para receber uma Pousada da Juventude.
Recorde-se que a intenção de construir uma estação de tratamento de esgotos no local provocou a revolta dos populares e criou um braço de ferro entre a autarquia bragançana e o IPJ.
Na altura, o presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Jorge Nunes, defendeu que a localização da mini-ETAR correspondia à “única possibilidade técnica razoável em termos de instalações, tal como comprovam os estudos que a autarquia mandou efectuar a entidades especialistas do ramo”.
No entanto, este argumento não convenceu o IPJ e o MJD, que estavam a ponderar avançar pela via jurídica, caso a CMB avançasse com a obra em terrenos alheios.
Depois de alguns avanços e recuos, o município bragançano acabou por chegar a acordo com a tutela.
O Jornal NORDESTE procurou ouvir Jorge Nunes sobre esta questão, mas, até ao fecho desta edição, tal não foi possível.