Estudantes representam “A Maçon”

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Ter, 04/04/2006 - 15:12


“A Maçon”, uma obra da autoria de Lídia Jorge, foi recriada, no passado sábado, pelos alunos do grupo de teatro da Escola Secundária Abade Baçal.

Os jovens actores subiram ao palco do Teatro Municipal de Bragança (TMB) e conseguiram envolver o público presente, do qual também fazia parte Lídia Jorge, que se deslocou à cidade para assistir ao espectáculo teatral.
Esta peça, inserida na III Mostra de Teatro Escolar, conta a história de Adelaide Cabete, em 1929, altura em que embarcou para Angola na companhia do seu sobrinho, Arnaldo Brasão, com o objectivo de fazer valer os seus ideias de vida no continente africano.
Na viagem, sempre marcada pelo efeito estonteante do Equador, a protagonista recorda vários episódios da sua vida, que a vão atormentando dia após dia.
Esta mulher de coragem, natural de Elvas, nunca permitiu que a ausência de recursos limitasse os seus objectivos de vida. Por isso, formou-se em médica obstetra iniciando, ao mesmo tempo, uma luta pelos Direitos da Mulher que culminou com a fundação do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, em 1914.

Jovens actores brilharam

Desde então realizou uma série de actividades que apelavam à protecção do sexo feminino e das crianças, entre as quais se destaca o 1º Congresso Feminista e de Educação.
Aos 40 anos, Adelaide Cabete iniciou-se na Maçonaria, recordando, várias vezes, este ideal de vida durante a viagem.
Distinguindo-se em todas as áreas de actividade, foi como mulher generosa, sempre pronta para ajudar os mais humildes e desfavorecidos, que foi condecorada, dia 10 de Junho de 1995, com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, pelo então presidente da República, Mário Soares.
Antes do início do espectáculo, Lídia Jorge subiu ao palco para fazer um resumo breve da protagonista da história, enaltecendo, ao mesmo tempo, a coragem dos estudantes bragançanos ao interpretarem esta peça, encenada pela professora Paula Romão.
No final, a escritora elogiou o trabalho de todo o elenco, salientando a representação levada a cabo pelos jovens actores que, para além de terem decorado “quilómetros” de texto, encarnaram com sentimento as figuras que personificaram.