Estradas nacionais fazem mais mortos

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Qui, 29/06/2006 - 09:59


Em 2005 registaram-se mais acidentes mortais nas estradas nacionais e municipais do distrito de Bragança do que no IP4 ou IP2.

Esta é uma das conclusões do Relatório de Sinistralidade Rodoviária de 2005, ao qual o Jornal NORDESTE teve acesso.
O documento, elaborado pela Direcção Geral de Viação (DGV), baseia-se nos boletins estatísticos de acidentes de viação disponibilizados pela GNR e PSP, que posteriormente são compilados pela DGV, no âmbito do Observatório de Segurança Rodoviária.
Segundo o relatório, em 2005 ocorreram 447 acidentes com vítimas no distrito de Bragança, dos quais resultaram 28 mortos, 88 feridos graves e 538 feridos ligeiros.
Relativamente ao tipo de via, 46,3 por cento dos acidentes e 47,6 por cento das vítimas ocorreu nas estradas nacionais, “valores bastante superiores à média nacional”, refere o documento.
O índice de gravidade mais elevado registou-se nas estradas regionais, florestais, pontes e restantes vias, com 16,7 mortos por cada 100 acidentes.
De acordo com o relatório, a maior parte dos acidentes e vítimas ocorreu fora das localidades (57,7% acidentes e 60,9% vítimas), situação inversa à nacional. Já a gravidade dos acidentes foi idêntica no distrito e em termos nacionais, assumindo o seu valor máximo fora das localidades: 71,4% das vítimas mortais, com 7,8 mortos por cada 100 acidentes.

Despistes no top

Ao contrário do que se verificou a nível nacional, no distrito de Bragança o despiste foi o tipo de acidente mais frequente, responsável por 48,8% dos acidentes, 46,6% das vítimas e 50,0% das vítimas mortais. A gravidade dos acidentes foi superior no caso dos atropelamentos: 11,8 mortos por cada 100 acidentes.
Em termos de concelho, o documento refere que “Bragança evidenciou o maior número de acidentes (27,7%) e vítimas (27,1%)”. Contudo, acrescenta o relatório, “o maior índice de gravidade observou-se em Freixo de Espada à Cinta, com 20,0 mortos em cada 100 acidentes”. Salienta-se, ainda, a ausência de vítimas mortais nos concelhos de Mogadouro e Torre de Moncorvo.
Analisando a sinistralidade ocorrida em cada mês, verifica-se que Agosto registou o maior número de acidentes e de vítimas, com 13,2 e 13,9 por cento, respectivamente. No entanto, foi Setembro que evidenciou o valor mais elevado de vítimas mortais (28,6%), bem como o maior índice de feridos graves (16%), valores que o documento classifica “muito superiores a qualquer dos meses a nível nacional”.
Em termos de dias da semana, verifica-se que sexta-feira e domingo concentram 36,5 por cento dos acidentes e 38,7 por cento das vítimas.

Acidentes durante o dia

Já os acidentes de maior gravidade ocorreram na quinta-feira, à razão de 8,5 mortos por cada 100 acidentes, “valor muito superior ao dia de maior gravidade registado a nível nacional”, acrescenta o relatório.
À semelhança da distribuição nacional, a maioria dos acidentes e vítimas registou-se durante o dia (68,5% e 65,3%, respectivamente), destacando-se ainda, no que se refere ao período horário, o das 12 às 21 horas. Contudo, e diferente da análise nacional, foi entre as 9 e as 12 horas e entre as 21 e as 24 horas que se deram os acidentes de maior gravidade: 10 vítimas mortais em 100 acidentes em ambos os períodos.
Em relação às condições atmosféricas, 83,7% dos acidentes, 84,6% do total de vítimas e 92,9% das vítimas mortais verificaram-se com bom tempo, bem como o índice de gravidade mais elevado (7,0), o que diferiu da situação nacional.
Em relação a 2004, o relatório refere que “assistiu-se a um acréscimo em todos os indicadores de sinistralidade, ao inverso da evolução nacional: +8,8% acidentes, +33,3 vítimas mortais, +49,2% feridos graves e +2,3% feridos leves. O índice de gravidade foi também superior ao do ano transacto: 6,3 versus 5,1”.