Ter, 10/10/2006 - 10:37
Os espaços exteriores denunciam uma falta arranjo e as barreiras arquitectónicas são outra das situações que saltam à vista, tendo em conta que os edifícios já têm algumas décadas.
Após a reorganização da rede escolar, o concelho de Mogadouro tem a funcionar quatro estabelecimentos do 1º ciclo, sendo as da sede de concelho aquelas que mais alunos concentram.
As duas escolas da vila receberam, este ano, um total de 245 alunos, dos quais 85 são deslocados e estão repartidos por dois edifícios: até ao 3º ano, os alunos estão na antiga escola primária, enquanto as crianças do 4º ano vão frequentar as aulas no antigo Ciclo Preparatório.
A Escola Básica de Bemposta é outro dos exemplos da falta de condições nos estabelecimentos do concelho. Trata-se de um edifício sem aquecimento, uma comodidade indispensável para fazer face aos Invernos rigorosos que se vivem na região. Aquele estabelecimento de ensino é frequentado por 45 alunos, dos quais 29 são deslocados.
Já em Castro Vicente, dada a idade avançada do imóvel que alberga os 21 alunos, as condições são idênticas às suas congéneres do concelho. Para esta escola, foram deslocadas cinco crianças.
26 estabelecimentos encerrados
O concelho de Mogadouro, ao abrigo da reestruturação escolar levada a efeito pelo Ministério da Educação, viu fechar um total de 26 estabelecimento de ensino do 1º ciclo.
Segundo Jacinto Galvão, presidente da comissão executiva instaladora do Agrupamento de Escolas de Mogadouro, o actual elenco directivo foi nomeado tardiamente, no início do mês de Agosto.
“Quando aqui chegámos deparámo-nos, de facto, com condições que não são as ideais. Tentou-se identificar as questões mais pertinentes para o início do ano lectivo, havendo ainda casos para resolver,” salientou o responsável.
Jacinto Galvão acrescentou ainda que “a actual EB1 de Mogadouro não é o modelo ideal, já que o estabelecimento de ensino se encontra num plano mais baixo em relação à via pública, sendo esta implantação geográfica propícia à entrada de humidade e frio”. Para o responsável escolar, é “prioritário” definir para onde e quando serão transferidos os alunos do pré-escolar e do 1º ciclo, já que são os que enfrentam piores condições de ensino no concelho. “A autarquia e o Ministério de Educação têm de juntar vontades para resolver a situação, pois é urgente pensar num parque escolar que possa acolher os alunos mais novos”, salientou Jacinto Galvão.
Confrontado com esta realidade, o município de Mogadouro continua a não abdicar da construção de um pólo escolar de raiz na sede de concelho, demonstrando ao Jornal NORDESTE que esta situação está contemplada na Carta Educativa.
Novo pólo à espera
O vice-presidente da Câmara Municipal de Mogadouro (CMM), João Henriques, salienta que “não se justifica fazer uma intervenção de fundo no parque escolar do 1º ciclo do concelho, que poderia custar aos cofres do Estado cerca de 500 mil euros”. Na óptica do autarca, “era atirar dinheiro à rua”.
“Mesmo gastando a verba estimada, nunca se ficaria com uma escola de excelência. A solução tem de passar por um novo pólo escolar,” garantiu o responsável autárquico.
Na perspectiva da CMM, a construção de uma escola de raiz pode ficar mais cara que uma intervenção nos actuais imóveis. Mas, “a solução é inevitável, para acabar de vez com os problemas no ensino, ao nível das condições físicas”, salientou João Henriques.
Neste sentido, a autarquia garante já ter entregue na DREN um ante-projecto do futuro pólo escolar, estando a aguardar a sua aprovação para candidatar o projecto ao próximo Quadro de Referência de Estratégia Nacional (QREN).
João Henriques reconheceu que as actuais condições das EB1 do concelho não são as melhores, mas ressalva que, “apesar das limitações, tenta-se fazer com sejam espaços seguros para quem as frequenta”.
No campo da alimentação e dos transportes, os responsáveis pelo ensino no concelho de Mogadouro dizem que a situação está no seu pleno, apesar de haver alguma confusão no início do ano lectivo.
Este ano, cerca de 1200 alunos frequentam os vários graus de ensino no concelho, a maioria dos quais na vila.