Qua, 15/02/2006 - 10:42
A bulimia ocorre em cerca de 2% das mulheres jovens, que normalmente se mantêm dentro da faixa ideal de peso ou discretamente acima. Geralmente, começam uma dieta rigorosa ou mesmo um jejum prolongado. Num momento de ansiedade, raiva ou frustração perdem o controlo e em pouco tempo devoram uma enorme quantidade de alimentos. Gelados, biscoitos, doces são ingeridos compulsivamente, em minutos ou horas. Posteriormente, vem a culpa e a tentativa para a aliviar. A purgação mais comum é a indução de vómitos, mas o uso abusivo de laxantes, diuréticos, anfetaminas ou exercícios exagerados também são frequentes. Começa um ciclo vicioso que não tem fim: restrição, comer compulsivo e purgação, entre outros impulsos.
A purgação, que no começo parece uma saída fácil e maravilhosa logo revela sua outra face. A indução de vómitos leva à erosão dentária, ao aumento das glândulas parótidas e inflamação no esófago. O uso de laxantes, além de ineficiente, pode causar diarreia, desidratação e prisão de ventre. Os diuréticos são extremamente perigosos quando utilizados em doses elevadas e podem, mesmo, causar descontrolos capazes de provocar a morte.
O que diferencia a anorexia da bulimia é a perda de peso. Pessoas anorécticas recusam-se a manter o peso mínimo para sua idade e altura. Muitas vezes, um peso tão baixo que põem em risco a própria vida. As mulheres deixam de menstruar e ficam inférteis. Outro sintoma comum e intenso na anorexia é aquilo a que chamamos de “distorção da imagem corporal”. Apesar do peso baixíssimo, elas vêem o seu corpo, ou parte dele, como gordo, enorme ou desproporcional.
As pessoas que têm um transtorno alimentar sofrem muito com isso e, muitas vezes, sofrem solitariamente. Principalmente as bulímicas que escondem com frequência das pessoas mais próximas os seus episódios compulsivos. Conviver com essas pessoas também não é fácil. Ver alguém próximo a sofrer e não conseguir ajudar pode trazer diversos sentimentos como culpa, raiva ou negação. O importante, tanto para quem tem o problema, como para quem convive com ele, é saber que os transtornos alimentares são doenças, problemas de saúde sérios e que precisam de tratamento especializado. Negar que o problema existe ou culpar a si ou a outra pessoa só agrava a situação. Os primeiros passos para ajudar alguém nesta condição é admitir a doença, informar-se sobre ela e procurar ajuda especializada.