Educação ao domicílio

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Ter, 09/01/2007 - 09:54


Três vezes por semana, 17 crianças de 13 aldeias do concelho de Vinhais são visitadas por uma educadora de infância.

Trata-se de uma modalidade implementada desde o ano lectivo de 1992/93, que pretende estender o ensino pré-escolar a todas as crianças que não tenham condições ou possibilidades de se deslocarem até um Jardim-de-Infância.
Actualmente, quatro educadoras deslocam-se, semanalmente, a zonas de difícil acesso, onde os mais pequenos se veriam impedidos de frequentar este nível de escolaridade. Este sistema, que arrancou com duas profissionais a trabalhar com 24 crianças, visa combater, assim, o isolamento geográfico e humano, dificuldades de comunicação e transporte, bem como a falta de informação e formação. “Vinhais é um concelho muito disperso, com cerca de 100 aldeias, pelo que é impossível ter um equipamento em todas as localidades, além de termos cada vez menos crianças”, informou o vice-presidente da Câmara Municipal de Vinhais (CMV), Roberto Afonso.
As actividades propostas pelas educadoras contam, frequentemente, com a participação dos familiares que se encontram em casa. “Esta é, também, uma forma de aproximar os pais e avós dos mais pequenos e do seu desenvolvimento escolar”, sublinhou o autarca.
Neste sentido, a autarquia e o conjunto de educadores promovem, ocasionalmente, iniciativas onde, à partida, a presença de pais ou familiares é importante, de forma a valorizar o envolvimento do agregado na educação dos mais pequenos. “Convidámos os pais para a Festa de Natal das crianças e, no Verão, acompanham os filhos às piscinas”, adiantou Roberto Afonso.

No distrito de Bragança, o concelho de Vinhais foi o pioneiro na Educação de Infância Itinerante

Recorde-se que Vinhais foi o primeiro concelho do distrito de Bragança a implementar este sistema. Actualmente, também Torre de Moncorvo tira partido da educação de infância itinerante para fazer chegar este grau de ensino às crianças do município.
A Educação de Infância Itinerante nasceu na Oficina Pedagógica que se realizou, em Vinhais, em Setembro de 1991. Na altura, os professores do 1º Ciclo de Ensino Básico sublinharam a importância de um projecto desta envergadura no combate à difícil adaptação dos mais pequenos à escola, entre outros factores. “Alguns alunos apresentam dificuldades quando entram para a escola, pelo que esta modalidade ajuda-os a terem contacto, desde cedo, com a escolaridade”, salientou Roberto Afonso.
O projecto arrancou, inicialmente, com os serviços de duas educadoras que se deslocavam a nove localidades para visitar 24 crianças. Desde então, os números não pararam de crescer atingindo, no ano lectivo de 1997/1998, as 26 aldeias e 44 alunos, ensinados por três profissionais. A partir dessa data, assiste-se a um decréscimo até atingir, no presente ano lectivo, as 13 localidades e 17 alunos, apoiados por quatro educadoras. “Tem havido uma redução no número das crianças, contrariamente ao das profissionais”, esclareceu o vice-presidente da CMV.