“Dúvidas em Freixo”

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Ter, 11/10/2005 - 14:53


“Ninguém arrisca uma previsão no mais pequeno concelho do distrito de Bragança, Freixo de Espada à Cinta. Após a derrota de 2001, José Santos volta a alinhar pelo PS para tentar conquistar a câmara ao social-democrata Edgar Gata.

Os socialistas estão convictos de que José Santos não avançaria se não estivesse certo da vitória e confiam no desgaste acusado por Edgar Gata nos dois mandatos. Mas, num município com apenas seis freguesias e 4.179 eleitores, é fácil contar espingardas, principalmente para quem detém o poder. Este é, aliás, o receio dos membros da candidatura socialista.
Num distrito com 12 concelhos e em que o maior, em número de habitantes, é Bragança com 35 mil, é habitual muitas eleições se decidirem por margens de poucos votos. Por isso, é particularmente difícil antever alterações ao actual mapa político, em que o PSD preside a nove concelhos e os socialistas a três”.
Muito dos leitores, certamente, recordam-se deste comentário, inserido na edição do Expresso do passado dia 10 de Setembro e no Jornal NORDESTE da terça-feira seguinte. Ou seja, a quase um mês das eleições.
Após a publicação de tal artigo, a palavra “desgaste” mereceu todo o tipo de críticas, coisa fácil de aguentar até à contagem final dos votos. Sob a acusação de “imparcialidade” lá fomos prosseguindo o nosso caminho até à derradeira noite de anteontem.
Os dados que possuíamos, fruto da ronda pelos diversos concelhos do distrito, levaram-nos a concluir que a grande dúvida - senão a única - era mesmo o concelho de Freixo de Espada à Cinta.
Não foram informações obtidas telefonicamente com os líderes partidários ou autarcas, mas contactos directos com as populações que, nestas coisas do voto, são sempre o melhor barómetro.
Ao contrário da Eurosondagem, que na mesma edição do Expresso, também colocava dúvidas em Mirandela e Vimioso, no comentário sobre o distrito de Bragança optamos por concentrar as atenções em Freixo de Espada à Cinta e o tempo encarregou-se de dizer quem, de facto, tinha razão.