Qua, 31/05/2006 - 15:10
Vários estudiosos entre os quais se destacam o mesmo Abade de Baçal, Dr. Eduardo de Carvalho, Dr. José Rodrigues Monteiro, Dr. José Manuel Neto Jacob e outros têm-se debruçado sobre o assunto sem no entanto terem chegado a uma solução definitiva. “Desde os primórdios do século XII, Bragança, que já existia como localidade – a acreditar na tradição – teria sido cenário das lutas da Reconquista entre cristãos e mouros. E, em 1130, Fernão Mendes, cunhado de Afonso Henriques, tê-la-ia reedificado no lugar de benquerença.” “Sabemos ao certo que a sua actual localização remonta aos finais do século XII e que D. Sancho lhe dá foral em 1187.” (José Rodrigues Monteiro, in 800 Anos de Bragança, no 8º Centenário do 1º Foral, pág. 11/12).
Isso leva-nos a concluir que a história de Bragança é rica e muito antiga e que está intimamente ligada à de Portugal. Além disso está ligada à Casa de Bragança, enquanto reis e herdeiros do trono do nosso país.
Importa-nos agora dizer que o primeiro duque de Bragança, terá sido D. Afonso, “filho bastardo reconhecido do Mestre de Aviz, D. João I, rei de Portugal que terá recebido desde o primeiro de Janeiro de 1443, todas as rendas e direitos que tinha em Bragança, seu primo D. Duarte, que morreu sem deixar herdeiros.” (Memórias Arqueológico - Históricas do Distrito de Bragança, volume I, de Francisco Manuel Alves, Abade de Baçal) O segundo duque de Bragança foi D. Fernando I, filho de D. Afonso. A seu pedido, Bragança foi elevada a cidade. Seguiu-se-lhe D. Fernando II, seu filho, que foi sentenciado à morte em Évora, em 1483. D. Jaime I, D. João I, D. Theodosio II, foram por sua vez, os respectivos duques de Bragança até D. João II, o oitavo, que foi aclamado rei de Portugal, em1640, como D. João IV, passando a partir dessa altura, o ducado de Bragança a pertencer ao filho primogénito e como tal herdeiro do trono, até aos dias de hoje. O actual duque de Bragança é D. Duarte Pio, nascido em 1945, casado e pai de três filhos.
“O título de Duque de Bragança é um dos mais importantes da Família Real Portuguesa. Desde a ascensão ao trono da Dinastia de Bragança, em 1640, o herdeiro da Coroa Portuguesa é o Duque de Bragança, uma tradição que prevaleceu mesmo depois da implantação da República a 5 de Outubro de 1910. De notar que, por tradição e pela importância da casa, os Duques de Bragança têm os seus nomes numerados tal como os reis (ex. D. Teodósio I e D. Teodósio II). A 1 de Fevereiro de 1908, o Rei D. Carlos I foi assassinado juntamente com o seu herdeiro, o Príncipe D. Luís Filipe, o 21° Duque de Bragança. Foi sucedido por D. Manuel II até à implantação da República a 5 de Outubro de 1910, partindo para o exílio no estrangeiro nesse mesmo dia. Em 1950, os Bragança foram autorizados a regressar a Portugal.” (wikipédia).
Actualmente o nome Bragança ainda faz parte de várias casas reinantes na Europa.
Por tudo isso e porque Bragança tem vivido mais ou menos esquecida servindo, no entanto, o seu nome para baptizar hotéis em Lisboa e Coimbra; duas cidades no Brasil – Bragança Paulista e Bragança do Pará; uma rua em Londres, “Street Bragança”, é que lanço a ideia de se fazer em Bragança, no edifício da antiga câmara, na rua de Trás (Abílio Beça), o Museu da História de Bragança. Nesse espaço implantar-se-iam salas onde se colocariam estátuas de cera de cada um Duques de Bragança dos até hoje, devidamente apresentados com um pequeno resumo da sua história; noutras salas reunir-se-ia toda a documentação relacionada com a história da nossa cidade.
Vamos fazer com que se fale de Bragança pela positiva. Que ela seja mais, muito mais do que um nome espalhado aqui e ali. Um nome que o nosso duque vai levando consigo, mas que não faz lembrar que Bragança precisa ser conhecida, ser falada, para atrair pessoas e investimentos.
Marcolino Cepêda