Ter, 18/10/2005 - 15:12
Apesar de insólito, foi isto que aconteceu no passado dia 9 de Outubro, quando esta senhora de 69 anos cumpriu o seu dever cívico na secção de voto do Auditório Paulo Quintela, em Bragança.
Pouco passava das 14 horas, quando Glória Aleixo foi votar na companhia do se marido, de 75 anos. À saída da câmara de voto pediu os documentos de volta, mas o presidente da mesa daquela secção alegou que a sexagenária não tinha entregue quaisquer cartões. Molestada coma situação, Glória Aleixo garantiu que tinha facultado o Bilhete de Identidade e o Cartão de Eleitor, exigindo ao escrutinador de serviço que verificasse nos cadernos eleitorais.
De facto, constatou-se que o nome desta eleitora foi “descarregado”, mas os documentos continuavam sem aparecer.
A senhora ainda pensou que os cartões tivessem sido colocados na urna por engano, mas a contagem dos votos encarregou-se de desfazer as dúvidas.
Dado o extravio dos documentos, Glória Aleixo decidiu apresentar queixa na Câmara Municipal de Bragança (CMB), o organismo responsável pela colocação e recolha das urnas, tendo participado a ocorrência ao Governo Civil e à PSP de Bragança.
Além disso, a família da lesada está disposta a ir até às últimas consequências, inclusive a escrever ao Presidente da República, alegando que teve conhecimento de casos idênticos ocorridos no mesmo dia.
Confrontado com esta situação, o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, desresponsabiliza a edilidade de eventuais contratempos. “A Câmara apenas presta apoio logístico no acto eleitoral. O que se passa nas secções de voto é da inteira responsabilidade dos membros da mesa, cuja decisão é soberana”, recorda o autarca.