class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-163567 node-type-noticia">

            

A diferença de Sócrates

Ter, 11/04/2006 - 00:01


Ao que parece, o primeiro-ministro José Sócrates vai visitar o distrito de Bragança no próximo mês de Maio, mais de um ano depois de tomar posse.
Poderá dizer-se que o chefe do Executivo já deveria ter visitado a região, mas tudo depende do que Sócrates vier dizer à população do Nordeste Transmontano.
Se o primeiro-ministro quisesse vir ao distrito só para cumprir calendário, certamente já o teria feito. Bastaria, para tal, pôr o seu gabinete a tratar da visita oficial.
Mas, a olhar pela demora, certamente que a intenção de José Sócrates não é essa.
Num momento em que se antevê uma reorganização da máquina administrativa do Estado e a consequente extinção de serviços em todo o País, José Sócrates tem uma oportunidade de ouro para fazer crer que tem uma visão do interior diferente dos seus antecessores. Como? Concentrando a sede da futura Direcção Regional de Agricultura do Norte em Mirandela, anunciando a construção da auto-estrada até Quintanilha com prazos exequíveis e lançando um pacote de medidas credíveis, tendo em vista o desenvolvimento da região através da Ciência e Tecnologia. Caso contrário, a visita do primeiro-ministro depressa cairá no esquecimento e será comparada com tantas outras.
Para inaugurar obras camarárias e assinar contratos programa para um punhado de quilómetros de estradas nacionais (como aconteceu com Durão Barroso em Torre de Moncorvo e na abertura do túnel de Bragança), dispensa-se bem a visita.
A deslocação do primeiro-ministro só fará sentido se assumir os contornos da de António Guterres, em 1997, sob o mote “Repor Bragança no Mapa”. É isso que se espera do Governo. Com Guterres muito ficou por fazer, é certo, mas há que registar a criação das carreiras aéreas Bragança-Lisboa, a criação da Pousada de Juventude de Bragança, o arranque das emissões regionais da RTP, a criação da Direcção Comercial do CTT de Trás-os-Montes, os investimentos do POLIS e do PROCOM em Bragança, bem como a inclusão da capital distrital na rede de Teatros Municipais.
Venha outro tanto.