class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-165497 node-type-noticia">

            

Deus não substitui os homens

Ter, 06/02/2007 - 11:51


Os pescadores têm necessariamente de ir à pesca. E isto quer dizer que há quem trabalhe, quem lute servindo-se unicamente das suas energias, das suas forças, do seu esforço. Mas fecham-se a horizontes mais amplos, fecham-se a horizontes de eternidade.

Que lhes acontece? Nunca atingirão a plenitude da vida, nunca viverão a vida em plenitude: não está nos planos de Deus que se estenda a toalha na praia, conformados com a sorte da vida!
Vivemos num mundo que quer viver com poucos valores e pouco com Deus. Prefere-se o comodismo, a indiferença, o conforto pessoal, as pequenas satisfações. Isto dá, sem sombra de dúvida, horizontes reduzidos, fechados, e critérios medíocres, banais.
Alguns ainda misturam esta superficialidade de vida com uns sentimentos ditos de "fé", dizendo-se católicos, sentimentos esses que mais não são que mero tradicionalismo de uma religiosidade degradada e, quem dera, em vias de extinção.
"Faz-te ao largo e lançai as redes" é a ordem de Cristo para deixarmos as margens da apatia, da preguiça, da sonolência, para deixarmos o pântano da acomodação e da medida dos nossos egoísmos. E se estas situações estão à vista de muitos, mais visíveis se tornam em momentos decisivos de participação.
Assim, que dizermos de quem está a pensar em não ir votar no referendo? Ele é para todos os portugueses ou é só para alguns? As questões da vida não nos preocupam a todos? Será que não queremos dizer aos governantes que os problemas de quem quer que seja não passam pela solução de matar um ser humano?
Muitas vidas ficarão dependentes do voto de cada um de nós.
O aborto é totalmente intolerante e radical para com a criança porque a mata sem apelo nem agravo: o direito à Vida é a base de todos os direitos.
O embrião que nós fomos, todos nós, não é um apêndice, não é uma planta, não é um animal – é um ser humano a desenvolver-se!
Temos de nos lançar no caminho decidido, corajoso e perseverante, de vivermos a verdade do Evangelho, de vivermos o dinamismo da fé, a fortaleza da esperança, a credibilidade do amor e sermos transparência, manifestação, testemunho da santidade e da caridade de Jesus Cristo que amou a vida e venceu a morte.
Sem a fé em Deus ficamos a meio do caminho. Pedro compreendeu-o e, por isso, rendeu-se à ordem de Jesus Cristo: "à Tua palavra, lançarei as redes" e a pesca foi muito mais que abundante. Porque Deus é a Plenitude!
S. Paulo dizia: "para mim viver é Cristo".
O programa de vida para o cristão é Cristo, Cristo que temos de conhecer, amar e imitar, para em Cristo vivermos a nossa condição de filhos de Deus e com Cristo transformarmos a história até à sua plenitude, na eternidade.
Pe. José Rodrigues