Descargas no Fresno

A situação tem vindo a ser denunciada por alguns cidadãos, que apontam o dedo ao matadouro instalado em Miranda do Douro, a poucos metros do curso de água.
Segundo moradores daquela zona da cidade, as falhas no tratamento de esgotos do matadouro estão a penalizar o Fresno.
A CMMD, contudo, rejeita este cenário. O vice-presidente do município de Miranda Douro, Américo Tomé, reconhece que podem ocorrer alguns escorrimentos, mas garante que não chegam a atingir as águas do rio. De acordo com o responsável, todos os detritos provenientes do abate dos animais vão para uma cisterna colocada na parte traseira da unidade de abate, que faz a recolha de, praticamente, todos os resíduos.
O responsável autárquico garantiu, igualmente, que o município já recebeu algumas queixas neste sentido e vai construir uma fossa para a recolha dos efluentes do matadouro, situação que resolverá o problema definitivamente.

Espuma branca

“Para já, é notória alguma espuma branca nas águas do rio, mas isso pode ser provocado por outras situações que estão a montante do matadouro municipal, como é o caso de construções ou pequenas indústrias clandestinas que deitam os esgotos para o rio”, admite Américo Tomé.
Detectado o problema, as margens do Fresno vão ser alvo de fiscalização apertada, no intuito de encontrar eventuais prevaricadores e detectar alguns pontos negros e focos de poluição que possam estar na base das queixas dos moradores da cidade.
O facto da água estar com uma coloração mais escura é explicado com a seca que se fez sentir no passado ano. “Há muita matéria orgânica depositada no solo que, com as últimas chuvas, foram arrastadas para o leito do rio”, justificou o autarca.
Recorde-se que o rio Fresno, numa extensão de mais de um quilómetro, está a ser alvo de requalificação ambiental, obras que representam um investimento superior a cinco milhões de euros.