Dérbie do Planalto coroou Mirandês

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Ter, 19/12/2006 - 16:58


O jogo preconizado pelas duas formações do planalto mirandês comprovou que a objectividade é o melhor amigo do resultado. Na verdade, esta teoria foi bem montada pelo Mirandês, que tombou o excesso de abstracção futebolística do Mogadourense. Ainda assim, a equipa da casa entrou melhor, com linhas mais adiantadas e uma pressão todo-terreno. Por outro lado, o Mirandês lia o jogo, esperando por algum deslize da turma da casa. Aos 8’, Frederico avisou os locais com um cabeceamento ligeiramente ao lado. Mas, ainda no mesmo minuto, o avançado acabaria por marcar, num lance de bolso do Mirandês. Passe em profundidade para as costas da defesa e Frederico, já dentro de área, fuzila, a frio, Zé Manuel.

A primeira parte caracterizou-se pelo futebol vertical e directo do Mirandês, explorando a velocidade de Frederico. Decorrido o primeiro quarto de hora, Frederico é derrubado pelo guardião da casa, quando este se preparava para facturar. Assinalado o penalti, Toni encarregou-se de cobrar o castigo máximo, enganando a estirada do guarda-redes. Os visitados reagiram com pouco discernimento, mastigando muito o jogo a meio-campo e sem rasgos pelas alas. Mas o mérito vai, inteiramente, para os forasteiros, que se fecharam muito bem, funcionando em bloco, quer no processo defensivo quer nos contra-ataques.
Antes do descanso, o Mogadourense esperançou as bancadas, através de uma grande penalidade convertida, superiormente, por Hélder.
Deste modo, as formações foram para o intervalo com um resultado incontestável, a premiar a melhor interpretação de jogo dos mirandenses, pois os verde / amarelos enrolaram muito o jogo, sem causar perigos de maior.
A 2.ª etapa, como se esperava, trouxe um Mogadourense com mais volume de jogo, mas modesto no ataque e sem espaço para jogar o seu futebol moroso. O Mirandês fez o que lhe competiu, esperou, defendeu, apoiou-se com um espírito de inter-ajuda e subiu ordeiramente com os olhos postos na baliza rival, todavia sem o brilhantismo do primeiro período.
Os pupilos de Abílio Familiar tentaram, sobretudo por Miguel, chegar à igualdade, mas os lances perdiam-se no individualismo dos seus atletas, que prejudicaram muitas vezes o balanço da equipa. De resto, as ocasiões de golo foram autênticas miragens no planalto.
A 6 minutos do apito final, Toni, ainda no meio-campo, faz um túnel a Freitas e tira da cartola um passe teleguiado para Bessa que, à saída do guarda-redes, rematou temporizadamente para o fundo das redes.
O 1-3 castigou a inoperância atacante dos visitados, transformando o placar final num resultado pesado para o Mogadourense, que embora fosse pouco esclarecido, dominou grande parte do encontro. Já o Mirandês jogou simples e espreitou, com sucesso, os erros dos adversários com frieza e objectividade, num jogo totalmente pautado pelo incansável Romão e supervisionado por António.

Árbitro – Rui Santos (AF Bragança)
Assistente (bancada) – Hugo Bragança
Assistente (peão) – Márcio Ponte

Mogadourense – 1 Zé Manuel; 2 Freitas, 3 Alves, 4 Vítor, 5 Bruno, 6 Miguel, 7 Hélder, 8 Emanuel, 9 Xavier, 10 Ricardo (André 60’) e 11 Honorato.
Treinador – Abílio Familiar
Amarelos – Vítor 13’, Zé Manuel 15’, Freitas 45+2’, Hélder 60’ e Bruno 67’.

Mirandês – 1 Tino; 2 Bruno, 3 António, 4 Licínio (Beto54’), 5 João Vítor, 6 Romão (Nuno 81’), 7 Luís Felipe, 8 Pedro Manhonho, 9 Arlindo, 10 Toni e 11 Frederico (Couto 85’).
Treinador – Tino | André
Amarelos – Luís Felipe 80’, Toni 90+4’ e Frederico 90+6’.

Ao intervalo – 1 – 2
Resultado final – 1 – 3
Marcadores – 0-1, Frederico 8’; 0-2, Toni (g.p.) 15’; 1-2, Hélder (g.p.) 43’ e 1-3, Bessa 84’.