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Degradação no Barrocal do Douro

Ter, 19/12/2006 - 15:23


Os habitantes do Barrocal do Douro, anexa da localidade de Picote, no concelho de Miranda do Douro, exigem a conservação dos imóveis que alojaram centenas de pessoas na década de 60.

O local, criado entre 1953 e 1958, pela Hidouro, foi considerado, em tempos, a “cidade ideal”, uma vez que os imóveis ali instalados eram revolucionários para a altura, como é caso das habitações do Bairro dos Engenheiros, Brancos e Verde, capela e pousada.
Os mentores do projecto, Archer de Carvalho, Nunes de Almeida e Rogério Ramos, conceberam um local com excelentes condições de vida para os seus habitantes, uma vez que estava dotado de uma série de infra-estruturas únicas na época. O aglomerado tinha a capacidade para acolher os cerca de 4200 pessoas que ali habitavam na década de 60.
Este conjunto imobiliário surgiu para fazer face às necessidades dos trabalhadores que estavam empregues na construção da barragem de Picote, um pleno Douro Internacional.

Dupla de arquitectos elaborou estudo acerca do aglomerado habitacional que está a suscitar o interesse de técnicos

Há uma década atrás, os arquitectos Fátima Fernandes e Michele Cannata, elaboraram um estudo intitulado “O Moderno Escondido”. Após a revelação das investigações, pretende-se que Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) reconheça o local, que incluiu a barragem e o conjunto habitacional, como um sítio de interesse. No entanto, “este processo ainda está em fase de instrução, pelo que é prematuro falar em classificação”, informou uma fonte do IPPAR.
Desde que foi dado a conhecer o “O Moderno Escondido”, o Barrocal do Douro e as suas construções têm despertado a curiosidade de muitos arquitectos.
“Há 50 anos foi construído um bairro que proporcionava boas condições de vida. No entanto, foi-se degradando com as reformas e transferência de pessoal para outras barragens,” observou um dos actuais moradores, Justiniano Pinto.
Os residentes questionam, ainda, porque é que não se aproveitam os equipamentos para a promoção do turismo.
Segundo António Amaral, outros dos habitantes, “quando cheguei aqui, em 1953, não havia nada. Ajudei a criar o bairro e já não se vêem construções como estas”, sublinhou o morador.
Na opinião do presidente da Faugua- Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, António Barbolo, os responsáveis da EDP deveriam dar mais atenção à degradação que assola o local. “Há sinais de decadência e mostramo-nos interessados na classificação do local por parte do IPPAR de forma a evitar o abandono”, sublinhou o responsável.