Ter, 10/01/2006 - 14:48
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, durante a sua participação, abordou o problema da desertificação em Trás-os-Montes e apelou à união dos 12 municípios do distrito, como forma de “obrigar o Governo a assegurar mais oportunidades para a população do interior”. Na óptica do edil, “tem que existir vontade da Administração Central, de modo a garantir qualidade de vida no interior, uma vez que as políticas não podem ser uniformizadas”, caso contrário, “é a população de cá quem mais fica penalizada”.
O autarca de Vila Flor, Artur Pimentel, defende “a luta por todos os concelhos, pelo distrito e por todos nós”, mas isso só se consegue se os municípios se “afastarem das questões partidárias”.
Relativamente à saída de serviços do distrito, Artur Pimentel acredita que “não se vão fechar maternidades, nem urgências e nem os serviços se vão embora”. Esta previsão, contudo, é alvo de discordância por parte do presidente da Câmara de Mirandela e da Assembleia Distrital, José Silvano, que afirma conhecer um documento que aborda o encerramento de alguns serviços na região.
Assimetrias distritais
Um dos principais intervenientes na Assembleia Distrital foi o presidente da Câmara Municipal de Vinhais, Américo Pereira, que referiu a existência de “um corredor, um eixo do IP4”, formado por Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança. Segundo o autarca, “ninguém defende os concelhos fora do eixo do IP4”, o que contribui para a formação de assimetrias dentro do próprio interior.
Relativamente a esta questão, José Silvano apela a uma manifestação do distrito, “que seja uma reivindicação dos 12 concelhos e não, apenas de Mirandela, Macedo e Bragança, como dizem”. A questão é, para o responsável, “uma boa proposta a discutir na próxima reunião”.
Alvo de duras críticas por parte de alguns dos participantes da Assembleia, o edil de Mirandela explica a situação com “discordância dos métodos seguidos até aqui”, acrescentando que esta atitude dos autarcas trouxe “frutos” positivos. Numa próxima Assembleia Distrital, “a questão será discutida e contará com a votação de todos, para ninguém se queixar”, garante o autarca.
José Silvano acredita que a Assembleia possa vir a desempenhar um papel importante para todo o distrito. Contudo, só o será se “os representantes quiserem”, avisa o responsável.