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Crianças amontoadas na carrinha

Ter, 26/09/2006 - 15:23


Os 19 alunos da escola de acolhimento de Pombal de Ansiães, no concelho de Carrazeda de Ansiães, deslocam-se, à hora do almoço, numa carrinha de nove lugares. A par da qualidade de ensino e das instalações em causa está a segurança da maior parte das crianças que, desde a escola até ao Centro de Dia, viajam de pé na mala do veículo.

“A viagem até ao local onde almoçamos ainda é longe e, às vezes, não consigo ir sentada porque não cabemos todos”, comprovou Carla Santos, aluna do quarto ano, oriunda da aldeia de Areias.
Deste modo, e apesar dos esforços da autarquia em assegurar os transportes para todas as crianças deslocadas, os estudantes de Pombal de Ansiães são obrigados a viajar em pé. “Vamos na carrinha e, às vezes, vou na mala, mas eu até gosto”, confirmou Jorge Matos, dos Codeçais.
No entanto, os alunos não se incomodam com a situação e, no momento de entrar para o transporte, os mais pequenos chegam a “brigar” para ver quem vai de pé na mala. “Não me importo e até gosto”, salientou Rita Pereira, também das Areias.
O concelho de Carrazeda de Ansiães viu encerrar 21 escolas, o que resulta na deslocação de cerca de 240 alunos para seis escolas de acolhimento situadas em Carrazeda de Ansiães, Castanheiro do Norte, Fontelonga, Linhares, Pombal de Ansiães e Selores.
Deste modo, a partir do momento em que a rede escolar foi definida, a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães (CMCA) avançou com os trabalhos de restauro e criação de novas infra-estruturas. “Em alguns casos só tivemos que arranjar, mas noutros criámos de raiz, de modo a adaptar os locais”, relembrou a vice-presidente da CMCA, Maria Candeias.

Autarquia cede instalações

Escolhidas em função da sua centralidade e condições das instalações, a responsável lamenta que tenham surgido algumas situações para as quais não estavam preparados. “Algumas obras não foram concluídas a tempo do arranque do ano lectivo e o transporte das crianças não é tão linear como o desejável”, lamenta a responsável.
Recorde-se que, nesta primeira fase de arranjos e restauros, a autarquia investiu cerca de 280 mil euros, uma quantia que a edilidade não previa desembolsar. “Não estávamos a contar com determinadas situações e, por isso, não esperávamos fazer este investimento”, salientou Maria Candeias.
Após o encerramento das 21 escolas, o principal objectivo da CMCA é evitar que as instalações das antigas escolas sejam deixadas ao abandono. Assim, estas infra-estruturas têm sido cedidas às Juntas de Freguesias e associações culturais. “Queremos evitar que os edifícios se degradem”, sustentou a responsável.
A nova realidade escolar, que está a ser vivida por pais e alunos, traz, na óptica do vice-presidente do Agrupamento de Escolas de Carrazeda de Ansiães, benefícios e alguns inconvenientes. “Do ponto de vista pedagógico, as crianças vão ter vantagens. O único problema é o distanciamento da sua residência”, referiu Ricardo Pereira.
Por outro lado, os estudantes podem ser acompanhados, durante a realização dos trabalhos, por docentes e auxiliados por diversos equipamentos. “Se fosse em casa, poderiam nem ter quem os acompanhasse ou os materiais de apoio à disposição. Trata-se de igualdade de oportunidades para os alunos”, reforçou o responsável.