Ter, 23/01/2007 - 15:51
Durante o encontro que decorreu na delegação de Bragança da Inspecção-Geral do Trabalho (IGT), ficou a saber que os funcionários não recebem os salários há três meses, bem como os subsídios a que têm direito. Já no mês de Dezembro, a gerência pediu aos empregados que, depois das férias, não regressassem aos seus postos de trabalho. “Há dois ou três anos que recebemos sempre atrasado e agora mandaram-nos para casa sem nenhuma explicação”, informou Armindo Gaspar, um dos funcionários das Construções São Jorge.
Após a reunião com os responsáveis da empresa, o presidente do Sindicato, Albano Ribeiro, aconselhou os funcionários a suspenderem o seu contrato de trabalho. “Eles podem escolher receber 60 ou 70 por cento do seu salário e, quando a firma lhes pagar tudo, regressam ao trabalho”, sublinhou o dirigente.
Empresa tem empreitadas e não está na falência, alegam os funcionários
Caso não se resolva a situação, a solução passará pela rescisão do contrato. “Os profissionais não podem acreditar na empresa, pelo que não devem continuar nesta posição”, defendeu o sindicalista.
Segundo os funcionários, as Construções São Jorge têm, ainda, bastantes empreitadas em curso. “Eles não estão na falência, querem é fechar e mandar-nos para casa sem direitos”, referiu Alfredo Teixeira, outro funcionário da empresa. Esta é uma posição que foi apontada, também, por Albano Ribeiro. “Ao que consta eles têm trabalho, mas falta-lhes, talvez, uma visão contemporânea de gestão”, considera o dirigente.
Recorde-se que a empresa, sedeada em Bragança, já deu trabalho a cerca de 140 pessoas. Actualmente, emprega, apenas, 24. “Não investem em equipamentos, pelo que tem vindo a definhar e a perder funcionários”, assevera o sindicalista.
O Jornal Nordeste tentou auscultar a firma de Construção, cujos responsáveis não quiseram prestar declarações.