Ter, 05/12/2006 - 15:16
Após uma introdução teórica, seguiu-se uma saída para o terreno para recolha das espécies, sob a orientação duma docente da UTAD, com experiência no mundo da micologia.
O trabalho de campo decorreu em terrenos das freguesias de Podence e de Olmos, em que a nota dominante incidiu na distinção entre cogumelos comestíveis e cogumelos tóxicos.
Este facto teve em conta a grande diversidade de espécies existentes no meio natural e a dificuldade, da maioria das pessoas, em determinar a que grupo pertencem os cogumelos. Exemplo desta dificuldade são os cogumelos da família “russulas”, em que há duas ou três espécies de elevado valor gastronómico, que se podem comer, mas também existem muitas outras que são tóxicas.
Procura de cogumelos tem aumentado, em especial por parte dos espanhóis, que compram em Portugal para vender a preços 10 vezes mais elevados
Precisamente 78 espécies foi o saldo que se registou nas duas saídas de campo. A maioria não são comestíveis, já que a procura das populações faz diminuir a presença de cogumelos apropriados a fins culinários.
Estes números espelham o potencial da região na produção de cogumelos silvestres. No entanto, a comercialização deste produto não é muito valorizada em Portugal, o que não acontece na vizinha Espanha. De facto, tem aumentado a procura de certos tipos de cogumelos por parte dos espanhóis, que compram em Portugal para vender em Espanha, muitas vezes a preços 10 vezes mais elevados.
O responsável pela associação Aldeia, em conversa com o Jornal Nordeste, chamou a atenção para o facto de o potencial micológico da região “estar subaproveitado” e de Espanha estar a retirar dividendos dos recursos transmontanos.
Os restaurantes também foram alvo de atenção, já que, geralmente, a inclusão dos cogumelos nas ementas não passa do tradicional cogumelo branco.
Na hora do balanço, a ALDEIA anunciou que, na Primavera do próximo ano vai repetir a acção, mas envolvendo mais as populações, nomeadamente das freguesias onde se realizam as saídas de campo.