Colóquios na Quinta do Barracão

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Ter, 24/01/2006 - 15:08


Na sequência das actividades de animação programadas para este ano, a Quinta do Barracão está a levar a cabo um ciclo de colóquio e debates mensais. As iniciativas têm como principal mote a actividade turística e a região, em particular o Vale da Vilariça, onde se insere esta unidade de Agro-Turismo.

O próximo evento realiza-se já durante esta semana, de sexta-feira a domingo, sob o tema “Recursos arqueológicos e desenvolvimento turístico”, que contará com a presença de especialistas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e da Universidad de Salamanca (Espanha).
Até ao final do ano, muitos outros encontros vão ser promovidos, nomeadamente: “A propósito do Carnaval- a etnografia como recurso turístico”, “Pastores e ecossistemas: a gestão das paisagens e o turismo”, “Moinhos da memória”, “As raças tradicionais no contexto do novo mundo rural”, “Recursos hídricos, natureza e turismo”, “Os vinhos de quinta: qualidade e mercados”, “Territórios, história e produtos locais”, “Património gastronómico e turismo” e “As amenidades rurais e a olivicultura”.
Os participantes podem, além das actividades programadas, usufruir do espaço envolvente da Quinta do Barracão e do seu ambiente natural.

Longa tradição em receber

Situada no coração do Nordeste Transmontano, em pleno Vale da Vilariça, a Quinta do Barracão, resulta duma adaptação da antiga estalagem da Malaposta da Estrada Real Lisboa – Bragança. Segundo documentos presentes no Museu de Vila Flor, há registos da propriedade no século XIX, quando se fala na sua inauguração no ano de 1850, quando já tinha a função de acolher visitantes e viajantes. O ponto de paragem mais comum era a Quinta do Barracão, que além de abrigo, funcionava também como estação de apoio às diligências e posto de correio.
Outrora, este caminho da Vilariça era a principal rota de acesso ao interior do Nordeste Transmontano, cujo porto de embarque, de produtos para o Porto e para o estrangeiro, era o Rego da Barca e a Foz do Rio do Sabor. Seria bastante usual encontrar viajantes de Bragança, de Macedo de Cavaleiros e Lampaças, almocreves de Izeda e de Santulhão, a transportar produtos tradicionais importantes para a economia regional.
O Vale da Vilariça, o segundo maior de Portugal, que se estende a sul da serra de Bornes, é rico em pormenores naturais como olivais, amendoeiras, variadas árvores de fruto, que pintam toda a localidade de cores únicas. Além da beleza natural, os visitantes podem deliciar-se com legados pré-históricos, onde existem inscrições rupestres em “Cova da Moura” e Pedra de Redevides, considerado, por alguns arqueólogos, como um “Santuário Calcolítico”. São também diversas as estações arqueológicas do Vale da Vilariça, entre elas o Castelo da Mina, localizado no termo da freguesia de Assares. Diz-se que, em tempos idos, terá existido ali um povoado castrejo, daí que abundem os vestígios arqueológicos.
Famoso é também o Cabeço de Nossa Senhora dos Anúncios, local de devoção ligado a muitas histórias populares no Vale da Vilariça. Consta que não há grávida que não prometa uma visita à Senhora e não há rapariga que não vá à Santa a pedir que a ajude a encontrar um rapaz honesto e trabalhador para namorar.