Centro explica Lorga de Dine

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Ter, 02/08/2005 - 15:50


Foi inaugurado anteontem o Centro de Interpretação da Lorga de Dine, concelho de Vinhais, um equipamento que visa divulgar os achados encontrados naquele que é um dos locais dos mais representativos do Calcolítico e Idade do Bronze.

As primeiras escavações realizaram-se em 1964, pela mão do diplomata dinamarquês Karl Harpson, seguindo-se novas investigações entre 1982 e 1984, da responsabilidade do já extinto Serviço Regional de Arqueologia da Zona Norte.
Através destas escavações ficou-se a saber que a Lorga de Dine teve uma longa ocupação no período do Calcolítico. “Foram encontradas grandes quantidades de ossos humanos e de animais, vasos cerâmicos, bem como alguns objectos de adorno e de trabalho da madeira e caça”, explicou o arqueólogo do Parque Natural de Montesinho (PNM), Armando Redentor.
Objectos como pontas de setas, machados e colares foram colocados no Centro de Interpretação, ainda que alguns sejam reconstituições dos achados descobertos nas escavações.
Tendo em conta que foram encontradas diversas ossadas, os técnicos concluíram que a Lorga também servia de necrópole, mas a quantidade de casos desenterrados faz pensar que o local também era usado como armazém de mantimentos, em especial cereais.

Cemitério e armazém

Além disso, pensa-se que o local terá servido, ainda, de habitação à comunidade que ali se fixou. Segundo Armando Redentor, neste campo surgem duas possibilidades. “Ou a comunidade vivia no interior da Lorga e aí enterrava os seus mortos e fazia armazanegem, ou vivia no morro do Crasto, onde hoje está a igreja paroquial, usando a Lorga para necrópole e para guardar alimentos”, avança o arqueólogo.
Em termos de espaço físico, a Lorga de Dine é constituída por três salas de grandes dimensões, a par de duas de menor dimensão, de onde partem algumas galerias.
Após a abertura do Centro de Interpretação, a Câmara Municipal de Vinhais (CMV) vai levar a cabo uma intervenção no próprio local, que visa consolidar o tecto da gruta, dado que algumas pedras já caíram.
Posteriormente, avançará o arranjo da entrada da Lorga, de forma a impedir o acesso ao interior da gruta que, mesmo assim, poderá ser observada a partir do exterior.
A criação do Centro de Interpretação resulta duma parceria da Câmara Municipal de Vinhais, PNM e Junta de Freguesia de Fresulfe.
O equipamento é constituído por diversos painéis informativos e por uma exposição permanente dos achados arqueológicos.
Durante o Verão, o local estará aberto todos os dias, mas no resto do ano só funcionará com marcação prévia.