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Cavaquistão

Ter, 24/01/2006 - 15:52


Cavaco Silva recolheu, no distrito de Bragança, a sua maior votação a nível nacional. Nada mais, nada menos do que 67,3 por cento, numa média nacional de 50,59 pontos percentuais.

Nem em 1987 ou 1991, nos tempos áureos do “Cavaquismo”, o recém-eleito Presidente da República foi brindado com votações tão expressivas no Nordeste Transmontano. Há 19 anos, quando Cavaco Silva obteve a primeira maioria absoluta em Eleições Legislativas, o distrito de Bragança demonstrou-lhe a sua confiança com 60,78 por cento dos votos. Quatro anos mais tarde, o então primeiro-ministro foi eleito com uma margem de 57,9 pontos percentuais.
Anteontem, o distrito de Bragança destacou-se no mapa eleitoral e roubou o título de “Cavaquistão” ao distrito de Viseu, conhecido pelas votações maciças em Cavaco Silva, nas Legislativas em 87 e 91.
E, já que se recua no tempo, é preciso dizer que o então primeiro-ministro sempre soube agradecer a confiança do povo beirão. Negou-lhes a Universidade, é certo, mas dotou a cidade de um campus que transformou o Instituto Politécnico de Viseu num dos maiores e melhores do País. Baniu o comboio da Linha do Dão e do Vale do Vouga (que mantinham Viseu no mapa ferroviário), mas modernizou e electrificou a Linha da Beira Alta.
Além disso, dotou a Cidade de Viriato de um novo hospital, construiu o IP3 até Coimbra e ligou Viseu à Europa e ao litoral através do IP5, o principal canal dos transportes rodoviários de mercadorias.
Já os bragançanos não tiveram tanta sorte. A Linha do Tua passou a terminar em Mirandela e o distrito viu sair alguns serviços, apesar dos governos de Cavaco Silva terem feito o IP4 chegar a Bragança.
Agora, e porque o Chefe de Estado é o representante de todos os portugueses, espera-se que o Presidente eleito não se esqueça que foi no Nordeste Transmontano que obteve a sua maior vitória. Espera-se que seja o fiel da balança em matéria de coesão nacional ou igualdade de oportunidades e leve aos corredores do poder os anseios e aspirações de quem lhe deu 67,3 por cento de confiança.