Campos relvados são prioridade

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Qua, 08/02/2006 - 11:02


Enquanto não houver um mapa de infra-estruturas desportivas repartidas por todos os concelhos do País, a tutela não vai investir nas regiões que dispõem de elevada quantidade de equipamentos.

Esta foi a promessa deixada pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, no passado sábado, durante o Congresso do Desporto que decorreu em Vinhais.
O governante apontou o dedo às políticas desportivas levadas a cabo pelos executivos anteriores, que considerou “adequadas para a distribuição da injustiça” entre os diferentes concelhos do País.
“Nos últimos anos o Estado gastou milhões de euros em infra-estruturas desportivas, mas não o fez de forma equilibrada. É inadmissível existirem 80 pistas de atletismo para 50 atletas de alta competição, quando há concelhos que não possuem um único campo relvado”, salientou o responsável.

Relvado vai florescer

Laurentino Dias afirmou que a construção de campos relvados nos concelhos do Nordeste Transmontano, onde os jovens não têm as mínimas condições para praticar desporto, é uma prioridade da actual Legislatura.
Por exemplo, os concelhos de Vimioso, Freixo de Espada à Cinta e Carrazeda de Ansiães encontram-se na lista dos municípios onde a relva nos campos de futebol é, apenas, uma miragem.
O secretário de Estado criticou, ainda, a proliferação de pavilhões multisuos, que considera uma boa solução para os municípios, dado que constroem aqueles espaços com o dinheiro do desporto, mas criam programas onde as feiras e as exposições ganham força no meio do desporto.
A responsável pelo Gabinete do Desporto Escolar, Carla Marina, alertou para a diminuição da prática do desporto no distrito de Bragança, salientando a extinção anunciada de algumas modalidades, nomeadamente o andebol, o voleibol e o basquetebol.

“Clubes gastam tudo em jogadores”

Laurentino Dias relaciona a diminuição da prática do desporto escolar com a diminuição do número de alunos nos estabelecimentos de ensino do Nordeste Transmontano. Contudo, defende que deve haver uma maior relação entre o sistema desportivo escolar e o sistema desportivo federado.
Quanto ao financiamento dos clubes e associações desportivas, o governante defende que é preciso distribuir com equidade um orçamento reduzido.
“O orçamento que temos é à medida do País. No desporto não pode ser diferente, no entanto estão habituados à abastança, que depois vem acompanhada da falência dos clubes”, realçou o secretário de Estado.
Em relação aos clubes regionais, acrescentou que estes devem ter o apoio das autarquias, mas critica a forma como os clubes gastam as verbas.
“ As câmaras não devem distribuir apoios para serem gastos, exclusivamente, em 15 ou 20 atletas, sejam eles de boa ou má qualidade. O desenvolvimento e a dinamização do desporto são fundamentais num País que tem a menor prática de desporto da Europa”, concluiu Laurentino Dias.