Ter, 11/07/2006 - 15:18
Independentemente da possível beleza e qualidade das instalações que agora ocupa, parece-me que a localização não é a ideal.
Penso que o local ideal para a sua instalação seria perto do Centro Cultural Municipal, belíssimo e histórico edifício, com um enquadramento fantástico. A câmara deveria fazer parte desse enquadramento, visando, para além disso, contribuir para a repovoação dessa parte da cidade que tão envelhecida e deserta de gente se encontra.
Os Batocos, Além do Rio, as ruas Direita e de Trás, as Costas e quase toda a zona histórica da cidade, anseiam por ajuda.
Talvez o edifício do já extinto Cine-teatro Camões (onde antes esteve instalado um batalhão militar no tempo em que Bragança tinha tropa), onde agora existe um supermercado, uma associação e ainda, penso, uma família a viver, seja o local possível.
A mudança dos actuais ocupantes resolver-se-ia em consenso e velando pela satisfação de todos e de cada um, não me cabendo a mim dizer como nem aonde. Mesmo assim, atrevo-me a sugerir hipoteticamente que uma vez desocupados os espaços agora utilizados pela câmara e os seus serviços, se instale ali a repartição de Finanças dispersa um pouco por toda a cidade.
A associação existente no extinto cine-teatro poderia ser instalada no antigo edifício da Guarda Fiscal.
Enfim, não me cabe a mim “instalar” ou “desinstalar” ninguém. Apenas como sugestão aqui a deixo, entregue a si própria, com todos os hipotéticos problemas técnicos e de espaço. Que para isso existem os técnicos especializados, cada um na sua área de formação.
Dir-me-ão que o espaço do actual edifício do extinto cine-teatro não comporta toda a “Câmara”. Provavelmente assim será, no entanto existem muitos solares praticamente abandonados nesta zona da cidade que poderão ser adquiridos e recuperados.
Não é da minha competência resolver os problemas daí advindos, compete-me, enquanto cidadão, pensar a minha cidade e apresentar o resultado das minhas reflexões e julgo que o coração da cidade poderá e deverá receber a Câmara Municipal.
Se o novo é atractivo o velho tem tradição. É necessário pensar a cidade como um todo, sem privilegiar alguma zona em detrimento de outra.
A parte mais antiga da cidade não pode ser abandonada e esquecida. É aí que somos diferentes de qualquer outro local do mundo. Só nós temos os Batocos e o Bairro de Além do Rio com o Fervença cantarolando entre os dois.
Só nós temos a nossa cidadela, o nosso castelo, a nossa Domus…
A Câmara merece estar mais perto do coração e o coração fica no centro antigo.
Marcolino Cepeda