Câmara contesta GNR

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Qua, 01/03/2006 - 09:56


A Câmara Municipal de Miranda do Douro (CMMD) aprovou uma moção de contestação à actuação da GNR na vila de Sendim.

Em causa está o número de autos elaborados por esta força de segurança durante os meses de Janeiro e Fevereiro, que, segundo vários populares, “deve ultrapassar a centena”.
A moção foi apresentada por António Carção, vereador naquela autarquia e residente em Sendim, que garante que não estar contra o excesso de zelo dos agentes da autoridade. O autarca, no entanto, repudia a forma de actuação da GNR, “já que as multa não são passadas de forma presencial e depois são enviadas para o domicílios dos visados por carta registada ” assegura.
António Carção considera este tipo de actuação “pouco ética”, ao mesmo tempo que dá conta de alguma revolta da população. “Começa a surgir um clima de desconfiança em relação ao militares da GNR do posto de Sendim” relembra o vereador.
Por outro lado, um grupo de habitantes, que prefere manter o anonimato, defende que, “numa vila com as características de Sendim o patrulhamento deve ser feito de forma mais próxima dos cidadãos, já que toda a gente se conhece e a acção da guarda deve ser pedagógica ”.

Autos abaixo da média

A moção aprovada em reunião da CMMD já foi enviada ao governador civil de Bragança e ao comando distrital da GNR.
Confrontado com esta situação, o comandante da GNR, tenente-coronel Norberto Fernandes, já fez saber que “ a lei permite que as notificações sejam efectuadas por carta registada, principalmente quando o autuante não tem a capacidade física de interceptar o infractor”. O responsável relembra que “ninguém esta acima da lei” e contesta o número de multas passadas. Segundo o comandante, no passado mês de Janeiro foram autuadas 32 pessoas, mas apenas oito residem em Sendim. Este mês o número de autos ascende a 47, mas somente 11 foram levantados a habitantes da vila.
A GNR recorda que o posto de Sendim tem a seu cargo a segurança de 2.535 habitantes, repartidos por quatro freguesias, o que perfaz um índice 0.32% de cidadãos autuados, um número que está abaixo da média nacional.