Burros de Miranda vão ao dentista

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Ter, 21/11/2006 - 10:23


A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) está a promover uma campanha de saúde direccionada para o bem-estar do burro mirandês, considerada uma raça autóctone em via de extinção.

Recorde-se que o efectivo de gado asinino está envelhecido, daí que surjam doenças ao nível dos cascos e da dentição. Por isso, estão no terreno dois veterinários que se encarregam de inventariar e tratar estas patologias, “por vezes tão comuns, que nem se dá pelos seus efeitos nocivos na saúde do animal”, explicou o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.
A campanha estende-se a toda a raia nordestina, dado que um diagnóstico feito em tempo útil pode aumentar em 10 anos a esperança de vida dos animais.
Em paralelo decorre uma campanha de inseminação artificial, com vista a aumentar o efectivo de gado asinino, no sentido de passar de um panorama de extinção para um patamar de possível recuperação.
Após seis anos de trabalho, a AEPGA apenas conseguiu aumentar o número de nascimentos de 5 para 60 burros/ano, dos quais apenas 30 são fêmeas reprodutoras. O objectivo é chegar aos 150 nascimentos por ano, número considerado suficiente para conservar este património genético único no País.
“Os técnicos que estão no terreno são pessoas com formação e experiência, com resultados visíveis em Espanha, Chipre e Inglaterra, pois só com campanhas como estas é que será possível salvar esta raça da ameaça de extinção”, avançou Miguel Nóvoa.
Para dispor deste serviços, os proprietários de gado asinino só têm de contactar a AEPGA, que se encarregará de fazer deslocar a equipa de veterinários aos locais de criação dos animais.