Ter, 01/08/2006 - 15:56
“A iniciativa pretendeu mostrar às gerações mais novas como efectuavam alguns trabalhos no campo. Já os idosos quiseram “recordar tarefas que, com a mecanização da agricultura, se foram perdendo”, revelou o presidente da JFB, Miguel Rito. Deste modo, conseguiu-se promover o convívio entre as várias gerações da localidade.
A participação da população foi massiva, com os mais velhos a ensinarem aos jovens a melhor forma de executarem as tarefas, para que a “jornada” fosse rentável e sem acidentes de percurso.
Os responsáveis das instituições intervenientes asseguraram que esta recriação vai melhorar, uma vez que já se pensa em reconstituir o ciclo do pão, desde a sementeira, passando pela ceifa, carreja e a trilha na eira.
Tempos de trabalho
“Antes, este trabalho era árduo. Contudo, existia entreajuda entre famílias, entre vizinhos e amigos, o que resultava numa espécie de trabalho comunitário, aproximando as pessoas entre si”, recorda o presidente do Centro Culturas de Bruçó (CCB).
O responsável adianta, anda, que, antigamente, era frequente a ocorrência de migrações sazonais, uma vez que haviam jeireiros que se deslocavam para outras regiões para trabalhar. “Tinham a oportunidade de ganhar mais algum dinheiro, já que os tempos eram difíceis”, salientou o presidente do CCB.
A gastronomia apresentada nesta iniciativa, também, não foi deixada ao acaso, uma vez que as mulheres presentes souberam tratar do estômago dos segadores. Assim, da ementa pode-se destacar: o “mata-bicho” feito com produtos da terra, pão, azeitonas e queijo, todo ele regado com vinho. Já ao almoço comiam-se sopas rijadas e batatas com bacalhau. No jantar, servido a meio da tarde, imperavam petiscos como sopas de grão de bicos, carnes cozidas com arroz de feijão e doçaria tradicional.
Depois de retemperadas as forças, seguiu-se a animação musical, onde os “Sete Camada e Meia” (alcunha das gentes de Bruçó) fizeram a festa.