Ter, 04/07/2006 - 14:57
O abastecimento só voltou à normalidade a partir das 23 horas, sendo que algumas zonas da cidade só voltaram a ter água de madrugada.
Na base da situação esteve uma avaria nas bombas e válvulas electromecânicas do reservatório da Mãe d’Água, que foram colocadas há cerca de três semanas sem acusar qualquer deficiência. Os técnicos da autarquia detectaram o problema ao início da manhã e tentaram reparar a avaria ao longo do dia, mas sem sucesso.
A Câmara Municipal de Bragança (CMB) chegou, mesmo, a recorrer a uma equipa de mergulhadores dos Bombeiros Voluntários de Bragança (BVB) para verificar se no interior dos depósitos havia algum objecto a impedir a saída da água.
Enquanto isso, milhares de habitantes passaram o almoço e o jantar sem que nada corresse nas torneiras, já que só ao final do dia o Serviço Municipal de Protecção Civil accionou um plano de emergência para distribuir o precioso líquido ao domicílio.
Nas operações estiveram envolvidas sete viaturas, entre as quais um autotanque dos BVB e um autotanque da CMB com grande capacidade de armazenagem, que terão fornecido mais de 100 mil litros de água, captados em bocas situadas nas Cantarias e nas oficinas da CMB.
Cafés e restaurantes prejudicados
A distribuição começou cerca das 20 horas de anteontem e prolongou-se durante a manhã do dia seguinte para servir os habitantes dos bairros que continuavam sem abastecimento regularizado.
A avaria afectou a maioria das casas da cidade que são fornecidas pelo reservatório da Mãe d´Água que se encontra a uma cota mais baixa. As excepções foram o Bairro do Campelo, parte do Bairro da Mãe d’Água e zona sul poente ao rio Fervença, que são abastecidos pelo reservatório situado numa zona mais elevada.
Outras das zonas da cidade sem problemas foram os bairros dos Formarigos, Cantarias, Vale Churido e Artur Mirandela, servidos pelos depósitos situados no São Bartolomeu.
Cafés e restaurantes das zonas afectadas viram o negócio paralisar, enquanto a maioria dos habitantes iniciava uma corrida às grandes superfícies para adquirir água engarrafada. À noite, quando os autotanques iniciaram a distribuição ao domicílio, de tudo servia para levar água para casa, fossem garrafões ou baldes de plástico, alguidares ou latas de tinta vazias.
Distribuição tardia
Apesar da água ter regressado às torneiras, os bragançanos criticam a edilidade por terem estado todo o dia sem água, sem poder cozinhar, lavar a louça ou tomar banho.
Confrontado com esta situação, o presidente da CMB, Jorge Nunes, alega que os autotanques só não começaram a distribuir água mais cedo, “porque os técnicos detectaram o problema de manhã e esperavam resolver a avaria a todo o momento, o que não foi possível”.
Ao final do dia de ontem a equipa de mergulhadores dos BVB ainda se encontrava no local a apoiar a autarquia nas operações de reparação. “A situação já está normalizada”, garantiu o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro.