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BRAGANÇA rejeita cemitério nuclear

Ter, 08/08/2006 - 14:51


O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, já se manifestou contra a instalação de um cemitério nuclear na localidade de Peque (Espanha), a cerca de 65 quilómetros da fronteira do Portelo, no concelho de Bragança.

Na óptica do edil, a ideia do alcaide daquele município de Zamora, Rafael Lobato, de acolher um armazenamento temporário de resíduos nucleares é “insustentável”, visto que “qualquer parte do território de Espanha tem condições para a instalação de um equipamento daquela natureza”.
Jorge Nunes acrescentou, ainda, que a instalação de um cemitério nuclear em Peque se traduz em impactos negativos para o Nordeste Transmontano, dado que compromete o desenvolvimento do turismo na região.
Segundo o autarca, a riqueza natural existente nos dois lados da fronteira deve ser posta em primeiro plano, uma vez que, no futuro, “será a base do desenvolvimento” destas regiões.
“Bragança só iria ter prejuízos. Trata-se de um território com um selo verde, por isso deve ser uma zona não nuclear”, frisou Jorge Nunes.
Para já, Rafael Lobato, em declarações ao diário espanhol “La Opinión de Zamora”, garantiu que apenas pediu informações ao governo espanhol, no sentido de apurar quais as vantagens de receber o cemitério nuclear.

Nuclear próximo do rio Douro

No entanto, o autarca manifestou o interesse de Peque acolher este equipamento, devido ao desenvolvimento económico que poderá surgir nesta região que, actualmente, tem visto os índices de desertificação aumentar significativamente.
Recorde-se que a instalação de um “armazém temporário de resíduos nucleares”, para acolher 6700 toneladas de resíduos e combustíveis radioactivos, pode significar benefícios económicos para aquela localidade espanhola. A construção do cemitério nuclear e do centro tecnológico representam um investimento de mil milhões de euros, que iria criar 300 postos de trabalho durante as obras e 110 empregos directos, aquando da entrada em funcionamento do equipamento.
Na óptica de Jorge Nunes, o alcaide de Peque está a tomar esta atitude para chamar a atenção do governo para os problemas que estão a afectar aquela localidade.
A posição tomada por Rafael Lobato já desencadeou diversas manifestações por parte da população e dos ambientalistas espanhóis e portugueses, dado que o cemitério ficaria próximo das margens do rio Douro.
Apesar da manifestação que reuniu, no passado sábado, mais de mil pessoas, o alcaide já fez saber que não vai desistir das suas intenções. No entanto, diz que tem recebido várias ameaças, pelo que já pediu protecção policial.
Esta situação já desencadeou diversas reacções por parte dos representantes políticos espanhóis, entre eles o delegado do governo em Castela e Leão, Miguel Alejo Vicente, que, ontem, em declarações ao diário “La Opinión de Zamora”, afirmou que a localidade de Peque não reúne as condições exigidas pelo governo para a instalação do cemitério nuclear.