class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-162594 node-type-noticia">

            

Bragança perde Rede Digital Comunitária

Ter, 15/11/2005 - 14:39


A falta de apoios financeiros levou à extinção da maioria dos projectos incluídos no programa “Bragança, Cidade Digital”.

Esta iniciativa, baseada na utilização das Novas Tecnologias da Informação, foi lançada em 1998, pelo Governo de António Guterres, e pretendia melhorar os serviços públicos de Bragança, através da desburocratização.
Para tal, foi anunciado um conjunto de acções, que abrangiam as diversas áreas dos serviços públicos, nomeadamente a saúde, a educação, a economia e a cultura.
De acordo com os objectivos daquele projecto, divulgado pelo titular da pasta da Ciência e Tecnologia de então, Mariano Gago, as diferentes instituições públicas deveriam ficar ligadas em rede, para disponibilizarem a informação aos cidadãos.
Nesse sentido, foi criada a Rede Digital Comunitária (RDC), um processo que terminou cerca de quatro anos depois, devido à falta de apoios para a renovação do equipamento.
Segundo o vice-presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Alfredo Teixeira, a RDC surgiu como um programa inovador no âmbito da rede sem fios.

Projectos na gaveta

“Com o passar dos anos, o equipamento ficou obsoleto e precisava de ser substituído. Foi pedido financiamento para renovarmos os projectos, mas não foi concedido”, acrescentou o responsável, que também supervisionava os projectos que ficaram a cargo do IPB
Entretanto, também houve projectos que nunca saíram do papel, como é o caso da colocação de equipamentos informáticos com ligação à Internet em centros de Actividades de Tempos Livres, denominado “Inforbrinca”.
Este plano, com vista à divulgação das Novas Tecnologias da Informação junto das camadas mais jovens, estava sob alçada do Centro Distrital de Segurança Social de Bragança. Mas, ao que foi possível apurar, também sucumbiu à falta de financiamento e acabou por ficar na gaveta.
Entre os projectos lançados no âmbito do programa “Cidades Digitais”, o portal Bragança Cidade Digital (BCD) é uma das poucas ferramentas informáticas que está ao dispor dos cidadãos. Actualmente, este site disponibiliza diversas informações úteis e está a ser explorado pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança.

Município aposta nas
Novas Tecnologias

Já com os projectos desenvolvidos pela Câmara Municipal de Bragança (CMB) sucedeu, precisamente, o contrário.
De acordo com o edil bragançano, Jorge Nunes, o Espaço Município Digital teve uma procura tão grande por parte dos cidadãos que o município apostou na criação do Cybercentro, que continua a merecer a visita dos bragançanos. “É um equipamento que recebe, em média, a visita de mais de 3.500 pessoas por mês”, revelou o autarca.
No âmbito da informatização dos serviços municipais, Jorge Nunes recorda que a autarquia foi distinguida com um prémio, concedido pela Direcção Geral das Autarquias Locais, em parceria com a Universidade do Minho.
Quanto ao Sistema de Informação Geográfica, o município bragançano já disponibiliza essa informação on-line e pretende tornar acessível aos cidadãos, num prazo de dois anos, o projecto Urbanismo Digital.
No que toca à saúde, a Telemedicina encontra-se, neste momento, em fase experimental, ao passo que o equipamento destinado à “Monitorização Fetal à Distância” está à espera de ser utilizado pelos profissionais da saúde, que aguardam formação para manusear o equipamento.

Verba sem reforço

Com este projecto, verificou-se alguma desburocratização dos serviços públicos de Bragança, mas a totalidade dos planos anunciados por Mariano Gago, em 1998, está longe de ser concretizada. Recorde-se, por exemplo, o anúncio de lançamento duma espécie de Carta de Condução de Tecnologias de Informação Modernas na cidade de Bragança, que nunca passou de uma promessa.
Na altura, foram anunciados 209 mil contos para o projecto “Bragança, Cidade Digital”, um financiamento que, com o passar dos anos, necessitava de ser reforçado. Mas, apesar dos apelos das diversas entidades envolvidas, o programa nunca conheceu um acréscimo de verbas.