BRAGANÇA aposta na cooperação transfronteiriça

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Ter, 19/09/2006 - 14:54


O edifício da primeira agência do Banco de Portugal, em Bragança, foi o local escolhido pela autarquia local para a instalação da sede provisória da Fundação Rei Afonso Henriques (FRAH).

Recorde-se que, inicialmente, a Fundação estava sedeada no Porto, mas, por razões administrativas, aquele espaço foi encerrado.
No passado mês de Maio, altura em que tomou posse a nova Comissão Executiva da FRAH, da qual Jorge Nunes é vice-presidente, foi decidida a localização da sede provisória em Bragança, dada a proximidade desta cidade com a zona de Castela e Leão, na vizinha Espanha.
Apesar de se tratar de uma decisão temporária, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, não tem dúvidas quanto à centralidade bragançana.
“Nós temos desenvolvido um processo de cooperação muito intenso com o território de Castela e Leão. Além disso, a sede do lado espanhol está situada em Zamora, pelo que Bragança é o local estratégico do lado português”, salientou o edil.
Dado que a FRAH se debruça sobre o desenvolvimento das cidades situadas na Bacia do Douro, desde Sória (Espanha) até ao Porto, Jorge Nunes aponta Bragança como um elemento de ligação transfronteiriça entre o território espanhol e a Foz do Douro.

Património Mundial da Bacia
do Douro em roteiro

Durante a reunião da Comissão Executiva da Fundação, que decorreu, na passada sexta-feira, em Bragança, também ficou assente que será apresentada uma candidatura à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), para a criação de um roteiro sobre o património da Bacia do Douro.
“Aquilo que nós pretendemos é a criação de um guia sobre o Património Mundial, mas também sobre a riqueza paisagística e arquitectónica de toda aquela região”, acrescentou o presidente da FRAH, Arlindo Cunha.
O responsável afirmou, ainda, que o que motivou a criação daquele projecto foram os sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial, que se encontram espalhados pelos dois lados da fronteira. Do lado espanhol estão classificados os centros históricos de Salamanca, Ávila e Segóvia e o Aqueduto de Ávila, enquanto do lado português se destacam o Centro Histórico do Porto, as Gravuras Rupestres de Foz Côa e o Douro Vinhateiro.
Arlindo Cunha realçou, ainda, que é fundamental valorizar a riqueza do Vale do Douro, dado que este rio é o elo de união entre o Norte de Portugal e a zona de Castela e Leão.
Com este roteiro pretende-se divulgar o património que se encontra um pouco esquecido, revitalizando a cooperação com a vizinha Espanha.
“A nível transfronteiriço houve sempre um envolvimento muito activo entre Bragança e Castela e Leão. Com a tomada de posse da nova Comissão Executiva pretendemos estreitar laços com a vizinha Espanha, dado que a Fundação tem como objectivo fundamental ser um grande lobby para promover o Vale do Douro”, concluiu o presidente da FRAH.