Ter, 03/01/2006 - 15:28
As Jornadas, que decorreram no passado mês de Dezembro, são uma das acções desenvolvidas no âmbito do projecto de Cooperação Transnacional Interreg III A. A iniciativa tem como objectivo a recuperação dos pombais da região, o seu repovoamento e reinserção do borracho na gastronomia transmontana.
O evento pretende, segundo o coordenador da CoraNE, Leonel Vaz, “incentivar o consumo do borracho e estimular os proprietários dos pombais a fazerem o repovoamento dos mesmos”.
Sendo um trabalho que teve início há dez anos, o projecto proporciona aos habitantes da região da Terra Fria mais capital e pode ser também, na óptica do vice-presidente da CoraNE, Manuel Gonçalves, “uma forma de fixar população”, no Nordeste Transmontano.
Participantes assumem compromisso
As Jornadas contaram com a adesão de várias unidades de restauração da região que foram, depois, avaliadas pelo júri nas diferentes categorias.
Na classe sopa / entrada, o restaurante “O Silva”, em Bragança, foi o que obteve melhor pontuação. O prémio para o melhor prato foi atribuído ao restaurante “O Geadas”, em Bragança, e na categoria petiscos, o vencedor foi o “Balbina”, em Miranda do Douro.
O júri transformou a menção honrosa em prémio especial para a melhor ementa, que foi concedido aos restaurantes “O Geadas”, em Bragança, e ao “Madre Garcia”, em Vinhais, ambos com a mesma classificação.
Aos premiados foi-lhes oferecido um objecto simbólico relacionado com o vinho, uma vez que a organização pretendeu associar o borracho ao néctar mais adequado a cada um dos pratos confeccionados com a ave.
As unidades de restauração que aderiram à iniciativa, têm, como sublinha Leonel Vaz, “o compromisso de, com alguma frequência, ter na ementa pratos com borracho”.
A proprietária de um dos restaurantes premiados, “Balbina”, refere que a sua maneira de confeccionar os diferentes pratos com borracho lhe foi legada por uma tia com quem viveu muito tempo. Costume gastronómico típico da região, Balbina sublinha que, “quando era nova, comia muitas vezes borracho”. Ainda que se tenha perdido um pouco esta tradição, que agora se tenta reavivar, a proprietária do restaurante diz que “com esta iniciativa, os pedidos de pratos com a ave aumentaram”.