Bloco considera Regionalização urgente

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Ter, 04/10/2005 - 14:35


A Regionalização “é a única forma de fixar pessoas no Interior”, pelo que é “urgente” discutir uma nova divisão administrativa do País.

Esta é a opinião da deputada pelo Bloco de Esquerda (BE), Ana Drago, durante um jantar de apoio à lista candidata à Câmara Municipal de Bragança.
Para a responsável nacional do partido, avançar para a Regionalização não passa necessariamente pela realização de um novo referendo, uma vez que “o Partido Socialista, com a maioria na Assembleia da República, tem toda a legitimidade de avançar com um projecto de regionalização”.
Esse projecto terá, no entanto, de ser aceite pelas regiões. Na perspectiva de Ana Drago, “não podemos construir mapas, distribuir poderes em que as pessoas não se sentem representadas. Tem de ser um processo muito participado pelos cidadãos”.
A ser concretizado um novo mapa regional, acrescenta a bloquista, a divisão de poderes e competências deve permitir “revitalizar as regiões do interior que têm vindo a ser abandonadas por esta lógica de centralização e de macrocefalia de Lisboa”.

Bandeira da transparência

Enquanto a Regionalização não chega, o BE apresenta listas às Eleições Autárquicas no concelho de Bragança, assumindo-se como um partido que dá “voz e visibilidade a um conjunto muito variado de campanhas autárquicas que têm vindo a emergir”, afirmou Ana Drago, durante o jantar/convívio.
De acordo com a deputada, a receptividade tem sido boa. “Há muita gente que se tem vindo a sentir atraída pelo projecto e pelas propostas que nós delineámos para a nossa campanha autárquica”, referiu a deputada.
A “transparência” é, para o BE, o tema mais importante desta campanha autárquica. “As pessoas têm a percepção de que, por esse país fora, existem gestões muito pouco transparentes, em que os autarcas se transformam em donos e senhores das localidades onde estão”. Por isso mesmo, “o Bloco constitui uma oportunidade de alternativa”, afirma a responsável.

Eleger representantes

A “vontade” do Bloco é eleger representantes para os órgãos autárquicos, mas pretende, principalmente criar um “espaço de participação” à esquerda. Os resultados alcançados pelo partido no distrito de Bragança nas últimas legislatvas são animadores, pois o BE ficou à frente da CDU, que tem estruturas criadas na região há vários anos.
Apesar disso, Ana Drago reconhece que “talvez, as pessoas ainda não têm a percepção de quem são os protagonistas do partido no concelho e no distrito”. Mas, acredita que, “se as pessoas largarem a sua inércia de voto e arriscarem noutros protagonistas pode ser que o Bloco venha a ter um resultado surpreendente”.
A “diferença e a surpresa pela positiva” são as grandes apostas dos candidatos do BE aos órgãos autárquicos bragançanos. Segundo a cabeça-de-lista do partido, Conceição Gomes, “o contacto com as populações tem sido muito positivo. As pessoas estão receptivas e estão com vontade de desabafar”.