BEMPOSTA rejeita nuclear

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Ter, 23/05/2006 - 15:02


A população de Bemposta, concelho de Mogadouro, reuniu anteontem em plenário para discutir os estudos de implantação duma central nuclear naquela zona região ribeirinha do Douro Internacional.

A iniciativa, organizada pela Junta de Freguesia de Bemposta (JFB), contou com a participação de membros dos mais diversos quadrantes políticos.
Depois de conhecerem as conclusões duma reunião entre a edilidade de Mogadouro e um representante da ENOPOR – Energia Nuclear de Portugal, os populares depressa se mostraram contra as intenções da empresa liderada por Patrick Monteiro de Barros.
Assim, a “primeira frente de ataque” contra o empreendimento começou a ser arquitectada em Bemposta, com uma proposta do dirigente do PCP, José Brinquete, que mereceu o apoio da Câmara Municipal de Mogadouro (CMM), dos representantes da oposição e da JFB.
Segundo o responsável comunista, importa constituir uma plataforma reivindicativa, pois nestas situações não há fumo sem fogo. “É melhor prevenir do que remediar para que as autarquias do Douro Internacional, através dos seus órgãos mais representativos, possam tomar posições muito claras”, defende José Brinquete.

Espanhóis também são contra

A primeira medida aprovada no plenário passa por solicitar ao Governo toda a informação, com a maior transparência possível, sobre as intenções do empresário Patrick Monteiro.
A segunda proposta apresentada pelo PCP vai no sentido de declarar os concelhos do Douro Internacional livres de centrais nucleares.
Já o vereador da CMM, António Pimentel, garantiu que vai encetar contactos com os autarcas de Miranda do Douro, Vimioso e Freixo de Espada Cinta para criar um movimento em torno da causa “ Nuclear não, Obrigado”.
O autarca avisa que se trata duma matéria sensível, em que existe pouco conhecimento pormenorizado, pelo que “todos os passos devem ser firmes e concretos”, sublinha.
No final do plenário ficou demonstrado que os habitantes das zonas ribeirinhas do Douro Internacional ainda têm bem presentes as pretensões do governo espanhol em construir uma central nuclear perto de Sayago e de avançar com um aterro para resíduos nucleares em Aldeadávila.
Na reunião também esteve presente um grupo de representantes de Ayuntamentos espanhóis, que também se mostraram contra a intenção de criar uma central nuclear naquela zona de fronteira.