Barragem do Tua na forja

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Ter, 17/01/2006 - 15:01


A barragem da Foz do Tua, que vai abranger os concelhos de Carrazeda de Ansiães e Alijó, já tem luz verde por parte da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE).

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães (CMCA), Eugénio Castro, este é um projecto com dezenas de anos, que vai contribuir para o desenvolvimento da região.
O aproveitamento dos recursos naturais é outra das mais valias destacadas pelo edil, que sublinha, ainda, a importância deste investimento para o turismo e para a criação de emprego.
“A barragem pode ter outros aproveitamentos para além da produção de energia, nomeadamente para desportos náuticos e actividades de lazer, e pode valorizar, ainda, as Termas de S. Lourenço”, salienta Eugénio Castro.
Mas, a par das consequências positivas, a construção do aproveitamento hidroeléctrico representa, igualmente, uma ameaça à linha do Tua (que liga Mirandela à Foz Tua), que pode ficar submersa pela albufeira.

Reforço em Picote e Bemposta

O presidente da CMCA, contudo, desdramatiza a situação e garante que têm decorrido encontros com a EDP, para salvaguardar a linha do Tua, que tem uma grande importância ao nível do turismo. “Um dos objectivos é conciliar as potencialidades da barragem com o turismo, já que a região pode ser visitada através do metro de superfície que, actualmente, faz a ligação entre Mirandela e a estação de comboios de Foz-Tua”, acrescentou o edil.
Para já, o local onde será construída a barragem ainda não está definido com rigor, dado que estão a ser efectuados estudos de impacto ambiental, que serão submetidos às autoridades entre 2006 e 2007, para, posteriormente, se passar à fase da implementação do empreendimento.
O início da obra, que representa um investimento de 237 milhões de euros, está previsto para 2009 e cinco anos depois entrará em exploração.
Ao nível da produção de energia, a barragem do Tua deverá ter uma capacidade de 208 Megawatts, o que irá contribuir para um reforço considerável da rede eléctrica nacional.
A DGGE deu, ainda, um parecer positivo à construção da barragem do Baixo Sabor e ao o reforço de potência nos empreendimentos hidroeléctricos de Picote e Bemposta, no concelho de Mogadouro.
O empreendimento do Baixo Sabor, que representa um investimento de 322 milhões de euros, é o único que depende do apoio de fundos comunitários, pelo que aguarda o resultado do processo que corre em Bruxelas, após queixa apresentada pelos ambientalistas.