Barragem do Baixo Sabor avança

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Ter, 03/01/2006 - 14:44


Depois de sucessivos avanços e recuos, o Governo já deu luz verde à construção da barragem do Baixo Sabor.

Para tal, o executivo de José Sócrates já apresentou uma contestação à queixa apresentada na Comissão Europeia (CE) por um grupo de ambientalistas, denominado Plataforma Sabor Livre. A atitude agradou aos municípios do sul do distrito de Bragança, que aguardam, há vários anos, pela construção daquele empreendimento.
Recorde-se que, após a denúncia dos ambientalistas, a CE abriu um processo contra o Governo português por ter autorizado a construção duma barragem que, segundo os representantes de Bruxelas, “vai provocar efeitos ambientais negativos bastante significativos”.
O processo instaurado pela CE, no passado mês de Outubro, dava um prazo de dois meses ao Governo, para explicar as razões da aprovação daquela infra-estrutura no rio Sabor.

Energia limpa

Os autarcas do sul do distrito de Bragança mostraram-se indignados com mais um obstáculo à construção do equipamento, pelo que decidiram formar a Associação dos Municípios do Baixo Sabor (AMBS). Esta organização, composta pelas autarquias de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro, visa dar suporte jurídico aos municípios na defesa da barragem.
Conhecida a posição do Governo, os autarcas consideram a barragem do Baixo Sabor como “uma peça decisiva” para o desenvolvimento da região, ao mesmo tempo que defendem o cumprimento dos critérios ambientais definidos pela União Europeia.
Recorde-se que foi em 1996 que a Administração Central deu luz verde à construção da barragem do Baixo Sabor, na sequência da suspensão da barragem do Côa.
Os autarcas transmontanos defendem que Portugal deve aproveitar os recursos hídricos como fonte de energia “limpa e renovável”, desde que não se interfira na salvaguarda das gravuras rupestres, classificadas como Património da Humanidade, no qual o Baixo Sabor não se integra.