class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-163471 node-type-noticia">

            

Banda de Lamas sopra 95 velas

Ter, 28/03/2006 - 14:47


A banda 25 de Março completou, no sábado passado, 95 anos de vida. Não são 95 anos de ininterrupta actividade, mas quase.

A última fase de actividade musical da filarmónica da aldeia de Lamas, no concelho de Macedo de Cavaleiros iniciou-se há mais de sessenta anos e deve muito a Luís Pires, um octogenário que até há bem pouco juntava as suas notas ao coro de instrumentos da banda.
Foi um dos incentivadores ao reinício da banda. Na altura a década era a de quarenta e Luís Pires um rapazote que aprendia a arte de alfaiate em Vale Pradinhos.
O gosto e jeito para a música, (ao que parece um valor comum na aldeia de Lamas...) terá sido mais forte que a falta de meios. Como resultado, noventa e cinco anos depois do primeiro grupo organizado de banda filarmónica em Lamas de Podence, ainda há quem toque as eternas melodias para deleite dos apreciadores de música ligeira.
Actualmente são 36 elementos “todos eles de Lamas, ou com descendência cá...”. Quem o afirma é Carlos Alberto Barroso, tem 56 anos e desde pequeno que anda com a banda. É, agora, o elemento mais velho (depois da saída de Luís Pires). O mais novo, Jorge Santos, conta com apenas 12 anos, mas a maioria são jovens, entre os quais se contam três raparigas.

Futuro risonho

A adesão da juventude e as condições físicas que a Associação 25 de Março dispõe, permitem augurar um futuro risonho. Mas nem sempre foi assim. Carlos Barroso lembra que chegou a ensaiar em várias casas particulares, por não haver um local próprio para o fazer. Hoje a Associação possui um edifício com dois pisos, com um bar e, entre outras, uma sala de ensaio.
“Hoje é muito mais fácil”, afirma. “Antigamente os bailes duravam até às cinco ou seis da manhã. Às vezes o sol já nos batia nas costas e nós a tocar...”, acrescenta. As alterações com o passado não parecem ter sido só a música dos arraiais, pois o mesmo músico também relembra a época em que a banda não tinha transporte próprio (agora a Associação possui um autocarro) e iam a pé para as festas, fosse para Valdrês ou Arcas. “Outras vezes íamos numa carrinha com um toldo, mas à vinda chegava cá um ou dois músicos, pois os outros não confiavam no condutor...”, relata Carlos Barroso.
A Banda 25 de Março está profundamente ligada à história da aldeia de Lamas, já que grande parte dos seus habitantes por li passaram. Para as comemorações foi agendada uma missa, um almoço e um concerto com outras bandas. Ao convite compareceram as Bandas do Brinço, Banda 1º de Maio (Mirandela) e Banda Filármónica de S. Mamede de Ribatua (Alijó).
A figura e acção de Luís Pires na Banda 25 de Março também foi alvo de foi homenagem. A missa foi celebrada em Lamas, mas o almoço decorreu em Macedo de Cavaleiros, tal como o concerto no Centro Cultural, que esteve cheio de público.