Azeite de qualidade, mas em pouca quantidade

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Ter, 24/10/2006 - 10:36


Decorreu em Macedo de Cavaleiros, o 1º Congresso Internacional “Azeite e Dieta Mediterrânica”.

O evento, organizado pela Rota do Azeite de Trás-os-Montes, reuniu, durante dois dias, em Macedo de Cavaleiros, técnicos e empresários ligados ao ramo do azeite, bem como alguns consumidores.
No encerramento do evento, que contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas, Luís Vieira, o presidente da entidade organizadora do congresso, Jorge Morais, realçou a importância do azeite na dieta equilibrada, lembrando que, no futuro, deverá ser editado um livro de receitas do azeite.
Trata-se de mais um passo para a promoção do azeite e da gastronomia confeccionada à base deste produto genuíno.
Apesar da qualidade, a produção de azeite não é suficiente para que Portugal seja auto-suficiente, visto que importa cerca de 40 mil toneladas deste produto por ano.
Nos últimos anos foram plantados 35 mil hectares de olival, a maioria ao abrigo de programas de incentivos. Por isso, dentro de alguns anos espera-se uma diminuição da dependência do exterior, até porque grande parte dos novos olivais são áreas de regadio, o que melhora, significativamente, a produtividade.
Contudo, ainda será necessário plantar mais de 20 a 25 mil hectares de olival para que a produção nacional satisfaça as necessidades de mercado.
O secretário de Estado gostaria de ver estes números implementados até 2013, durante o próximo quadro comunitário de apoio.

“Associações vão deixar de ser apoiadas e o incentivo passa para os homens da lavoura”, garantiu o secretário de Estado

Mas, não serão só as novas plantações alvo de incentivos por parte das políticas agrícolas para o sector do azeite. Segundo Luís Vieira, o azeite da nossa região tem condições de produção de excelente qualidade, atestada pela denominação de origem. “Por isso, deverá ser capaz de ter um sector estruturado, com base na competitividade de mercado, com capacidade de distribuição, promoção e comercialização em novos mercados, que permitam uma sustentabilidade aquando da extinção dos fundos comunitários”, frisou o governante.
A tónica dominante no discurso de Luís Vieira foi a empresa, como pólo fundamental de sustentabilidade do sector agrícola. O secretário de Estado antevê a diminuição dos fundos comunitários e lembra que a agricultura nacional é demasiado dependente desses incentivos. Por isso, considera que a política de atribuição de apoios deverá ser substancialmente alterada, privilegiando as iniciativas que levem à criação de estruturas empresariais, que tenham capacidade para se imporem no mercado competitivo, e que gerem emprego.
A novidade que Luís Vieira trouxe a Macedo de Cavaleiros foi o facto de que as associações vão deixar de ser apoiadas e serão os produtores a receber o apoio e a procurarem as associações que acham que melhor os representam.
Com esta iniciativa, o Governo espera aumentar, igualmente, a competitividade no sector associativo.