Associações de futebol continuam a ter dificuldades em reter árbitros

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Seg, 27/03/2023 - 11:51


Responsáveis da FPF e da APAF estiveram em Bragança, na entrega de diplomas aos novos árbitros, onde falaram da intenção da federação lançar um Plano Estratégico para a Arbitragem.

Como aumentar o número de árbitros de futebol e futsal? Como promover a arbitragem no feminino? Que estratégia tem a Federação Portuguesa de Futebol para responder a estas e outras perguntas.

Jorge Nunes, vogal do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), esteve em Bragança, na sexta-feira, na entrega dos diplomas aos novos árbitros da AFB, onde falou da intenção de a federação lançar um Plano Estratégico para a Arbitragem, que tem sido sucessivamente adiado.

“A conjuntura tem feito com que o plano seja constantemente repensado. O pós-covid também obrigou a repensar o plano, mas será apresentado ainda esta época”, adiantou.

Para Jorge Nunes o plano vai ser um instrumento de gestão dos árbitros muito importante. “O número de atletas está a aumentar, o número de equipas está a aumentar e o número de árbitros não tem correspondido à necessidade real”.

E captar árbitros não é o problema. A dificuldade reside na retenção e a segurança pode ser um dos motivos. Esta época já foram registados 26 casos de agressões o que deixa Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), preocupado. “Felizmente Bragança não nos preocupa nesse sentido, mas a questão das agressões é um dos principais factores que faz com que os árbitros abandonem a actividade”, disse.

Luciano Gonçalves quer ver a arbitragem crescer também no feminino. “Estamos a dar os primeiros passos e a FPF assumiu essa aposta. Temos que divulgar o futebol de uma forma mais positiva e a médio prazo vamos crescer no feminino”.

Na Associação de Futebol de Bragança, Liília Martins é o rosto mais visível da arbitragem no feminino.

A árbitra, natural de Viana do Castelo, ingressou na AFB em 2019. Lília Martins recorda quem na altura havia apenas mais uma árbitra e vê com bons olhos o facto de o número estar a aumentar, apesar de ainda haver muito trabalho para fazer nesse sentido. “Tenho uma responsabilidade acrescida já que sou a única que faz jogos de seniores. É com muito gosto que vejo estas meninas a tirar o curso”.

Lília Martins, que é candidata a subir ao quadro nacional da arbitragem, é já um exemplo para as mais novas, sobretudo para Ana Linhares, de apenas 15 anos. A jovem árbitra terminou o curso e quer seguir as pisadas da sua “mestre”. “Gostaria de chegar mais longe, aos nacionais. A Lília é um exemplo e aprendo muito com ela”.

No total o quadro de árbitros da A.F. Bragança conta com cerca de 80 e à semelhança de outras associações debate-se com o velho problema, a retenção. “Tentámos com este curso captar mais árbitros e fazer com que se fixem com jogos e formação para minimizar as dificuldades que temos. Há árbitros que fazem vários jogos por semana e vários que arbitram jogos de futebol e futsal”, referiu Fernando Lhano, presidente do Conselho de Arbitragem da A.F. Bragança.

São 38 os novos árbitros de futebol e futsal da A.F. Bragança que, na sexta-feira, receberam os diplomas de conclusão do curso de árbitros.

 

Jornalista: 
Susana Madureira