ARCAS vence o frio

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Ter, 07/03/2006 - 17:12


Nem o frio manchou a Rural Arcas, a feira dos produtos daquela do concelho de Macedo de Cavaleiros, também conhecida por ser palco de uma montaria ao javali.

Apesar do nevão que se estendeu por terras nordestinas nos dias 25 e 26 de Fevereiro, o azeite e o fumeiro venderam-se e foi dia de ir ao monte “colher” os javalis que as matilhas levantam e a pontaria permite.
Só por si, estes acontecimentos eram sobejamente mote de festa para o povo das Arcas, mas um motivo, porventura maior, se juntou aos enumerados: a inauguração do largo da aldeia. Este espaço já foi um terreão, propriedade particular, depois foi espaço de terra, mas já pertence à Junta de Freguesia que, após vários anos de “luta”, devolveu o largo às gentes da freguesia. No espaço, que se encontra calcetado com cantaria, existe um parque infantil e, a sul existe um elemento arquitectónico, uma pérgola, que será suporte de roseiras trepadoras.
Seguindo o presidente da Junta de Freguesia de Arcas (JFA), Artur Parreira, na parte norte do largo está projectada a construção de um edifício que será a sede da JFA. O imóvel até faz parte do projecto inicial, já está aprovado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, mas a sua edificação ainda não arrancou.
As pessoas mais antigas dizem que ali fora lugar de mercado, que chamava a Arcas as pessoas da serra da Nogueira (ou de Bouzende, como é conhecida nas redondezas).
A inauguração do largo contou com as honras musicais da Banda 25 de Março e com a presença do presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto.

Batida rende cinco javalis

Embora houvesse festa, bem sentida pelas pessoas de Arcas, o público exterior à região não correspondeu às expectativas geradas por anteriores edições da Feira, pois o frio afastou muita gente. Para além de um expositor de Lamego, todos os outros que resistiram eram da terra, mas não tiveram muita gente a comprar o fumeiro, o azeite e a doçaria.
Na montaria o mau tempo também fez das suas. Havia mais de 100 portas marcadas para o dia 25, mas foram pouco mais de 60 as armas que não vergaram à intempérie. Passava do meio-dia quando as equipas rumaram ao monte. Quis o tempo premiar a bravura dos homens e, já a tarde avançava a passo firme, o céu abriu um rasgo que deixou passar o seu azul. O resultado da caçada também foi memorável, traduzindo-se em cinco animais abatidos, quatro dos quais já navalheiros e o maior com cerca de 100 quilos.
Quando os javalis chegaram a terreiro, o frio e a falta de público parecia não influenciar aqueles homens que se debatiam com os pormenores da caça grossa.
No domingo, o Clube Azibo Aventura organizou um passeio Todo-o-Terreno e, pese embora o dia mais animado de sol, o público continuou a pautar-se pela medida do dia anterior. Um acidente com um dos veículos de apoio marcou o passeio, registando-se um ferido com uma fractura numa perna.