Alunos concentrados em oito pólos escolares

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Ter, 24/10/2006 - 10:25


As crianças da aldeia de Nozelos percorrem cerca de 40 quilómetros diários (de ida e volta), para irem às aulas a Torre de Moncorvo. Estes alunos são os que têm que percorrer uma maior distância, visto que a escola da Junqueira, para onde já se deslocavam no ano passado, fechou as portas este ano lectivo devido à falta de alunos.

Com a reorganização da rede escolar, o concelho de Torre de Moncorvo viu encerrar oito estabelecimentos de ensino. Os 276 alunos do 1º Ciclo vão às aulas em Cabanas de Baixo, Cardanha, Carvalhal, Carviçais, Felgar, Lousa, Urros e Moncorvo.
O aumento do número de crianças obrigou à ampliação das escolas de Cabanas de Baixo e do Carvalhal, que acolhem 28 e 24 crianças, respectivamente.
A instalação de salas pré-fabricadas foi o modelo adoptado pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo (CMTM), que investiu mais de 70 mil euros naqueles dois estabelecimentos.
Já a escola da vila, que recebe mais de metade dos alunos do concelho, sofreu intervenções a vários níveis, orçadas em cerca de 22 mil euros. No interior do edifício foram remodeladas as caixilharias e pintadas as paredes e tectos enquanto o exterior da escola foi totalmente vedado, para garantir maiores condições de segurança às crianças.
A par da intervenção nos estabelecimentos de ensino, a autarquia também garante o transporte aos 42 alunos que se deslocam, diariamente, das suas aldeias para as escolas de acolhimento.
Segundo o vereador da Educação da CMTM, António Moreira, as crianças são transportadas em autocarros e em táxis, que fazem diversos circuitos de forma a cobrirem todo o concelho, um investimento anual que ultrapassa os 28 mil euros.
A EB1 da vila é a que recebe um maior número de crianças deslocadas. São 22 os alunos que se deslocam das freguesias de Larinho, Açoreira, Sequeiros, Nozelos e Junqueira para irem às aulas na sede de concelho.
Já as 9 crianças de Vide, Quinta das Eiras e Horta da Vilariça deslocam-se para Cabanas de Baixo, enquanto os mais pequenos oriundos do Castelo e de Felgueiras fazem a viagem até à Lousa e ao Carvalhal, respectivamente.

No futuro, a falta de alunos forçará o encerramento de mais escolas, pelo que as crianças se deverão deslocar para a sede de concelho

Em relação ao número de alunos, o estabelecimento de ensino da vila concentra 156 crianças distribuídas por oito turmas, enquanto as restantes escolas têm, no máximo, duas turmas e um número de alunos que varia entre as 10 e as 28 crianças.
No que toca às refeições, António Moreira afirma que a autarquia estabeleceu protocolos com Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho, que se responsabilizam pela distribuição dos almoços pelas diferentes escolas de acolhimento.
As actividades de enriquecimento curricular também estão completamente asseguradas em todas as escolas. Quatro professores de Educação Física, três de Música e três de Inglês estão responsáveis pelos mais pequenos depois das aulas, o que representa gastos para a autarquia na ordem dos 69 mil euros.
António Moreira afirma que a Câmara está a fazer um enorme esforço financeiro para suportar todos os encargos com a Educação, visto que, até ao momento, ainda não recebeu qualquer apoio da parte do Poder Central.
O responsável realça, ainda, que a Carta Educativa traçada para o concelho de Torre de Moncorvo não prevê o encerramento de qualquer estabelecimento de ensino a curto ou médio prazo, dado que o seu funcionamento depende do número de alunos.
“A tendência é para canalizar os alunos para Moncorvo, pois, a longo prazo, apenas as escolas de Cabanas de Baixas, Felgar e Carvalhal deverão reunir as condições exigidas pela Direcção Regional de Educação do Norte para se manterem abertas”, acrescentou António Moreira.
Apesar dos esforços efectuados pelo NORDESTE para entrar em contacto com o presidente do Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo, não foi possível obter qualquer resposta até ao fecho da edição.