Alimentação e saúde

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Ter, 03/05/2005 - 20:08


Há pessoas que se inscrevem num ginásio com a esperança de perder um pouco de peso e, passado algum tempo, verificam que não só não o perderam como, pelo contrário, ganharam peso. São vários os motivos para que isso aconteça, mas o principal é a alimentação.

De facto, o aumento da quantidade de alimentos consumidos em resposta á "requisição de combustível" que o organismo faz perante a nova exigência (esforço efectuado com o exercício físico), é a principal causa. Não tanto pela quantidade em si mas, principalmente, pelo tipo de alimentos ingeridos.
E aqui importa referir o excesso de hidratos de carbono. Os hidratos de carbono são necessários para o organismo, mas as investigações demonstram que a sua abundância não proporciona esbeltez. Também o tipo e a frequência com que se ingerem, são cruciais para reduzir a adiposidade corporal.
Os hidratos de carbono de alto índice glicemico, têm um efeito devastador nos regimes alimentares com propósitos adelgaçantes. É que em resposta á sua ingestão, o corpo segrega grandes quantidades de insulina e quanto mais insulina for segregada, mais gordura será retida e mais hidratos de carbono do mesmo tipo quererá o corpo.
Ainda que vos digam que uma e outra vez que as massas, o pão e o arroz são bons numa dieta, não acreditem porque isso não é verdade. Esse tipo de alimentos são necessários sim senhor mas de vez em quando, não como base de todo o regime alimentar.
Também o consumo de fruta deve ser minimizado devido ao seu conteúdo de açúcar e á resposta que provoca na produção de insulina. Em contrapartida, deve-se aumentar o consumo de verduras e cereais de baixo índice glicémico, como a aveia por exemplo, bem como acrescentar gordura ao menu. Sim, leu bem; gordura.
Erradamente, a maioria das pessoas pensa que são as gorduras que as fazem engordar. Devem eliminar imediatamente essa ideia e começarem a ingeri-las para a eliminarem. Sei que isto pode parecer patético mas uma coisa vos garanto; um regime alimentar sem gordura não é saudável. E tem mais; é muito mais saudável um regime alimentar com gordura do que essas "barritas dietéticas" de baixo índice de gordura (por vezes publicitadas "sem gordura"), mas carregadas de açúcares nocivos para a saúde.
Agora muita atenção!... Nem todo o tipo de gordura serve estes propósitos. Há gorduras que são vitais, que inclusivamente podem ajudar a combater esses inestéticos "michelins", e outras que têm um efeito contrário; não só nos engordam como contribuem para o aparecimento de doenças como pressão arterial alta, diabetes tipo II, cancro da mama e do ovário, Tc...
Para uma alimentação saudável, devemos saber distinguir entre as gorduras "Boas" e as gorduras "Más".
As denominadas "boas", são as insaturadas que se dividem em dois grupos: Mono insaturadas e Poli insaturadas.
As mono insaturadas são aquelas cujo consumo tem numerosos efeitos benéficos para a saúde, como redução do nível do "mau colesterol" (LDH)e aumento do "bom colesterol" (HDL). Nesta categoria está incluído o azeite (virgem extra). Estudos realizados em Harvard, indicam que as mulheres que consomem azeite mais de uma vez por dia, têm25% menos de risco de sofrer cancro da mama.
Mas o consumo de azeite tem outros benefícios para a saúde:
- Favorece a absorção intestinal dos nutrientes
- Evita a retenção de líquidos
- Reduz a possibilidade de formação de cálculos biliares
- Reduz a pressão arterial
- Reduz a possibilidade de sofrer cancro da próstata
- Aumenta a hidratação da pele
- Estimula a secreção pâncreatica
- Atenua problemas gástricos
- Melhora a actividade da vesícula, etc...etc...etc...
No grupo das poli insaturadas, de referir os ácidos gordos essenciais Omega 3 e Omega 6. São chamados essenciais porque o organismo não os pode produzir por si próprio, necessitando, por isso, de os obter através da alimentação.
Para além de melhorarem os níveis de colesterol (como as mono insaturadas), ajudam na redução da gordura corporal e do cortisol. Além disso, os omega 3 e 6 são vitais para a membrana celular e contribuem para milhares de funções bioquímicas, pelo que o bom funcionamento do organismo, sem elas, não é possível.
São particularmente úteis para os desportistas pelos seus efeitos anti inflamatórios, saúde articular e a mobilização das gorduras armazenadas. Não é preciso ingeri-las em grandes quantidades, mas que não faltem na vossa dieta, pois ajudam, ainda, a prevenir certas doenças e têm um efeito protector sobre o coração, redutor da pressão arterial e dos níveis de triglicerideos e aumentam os níveis de HDL (bom colesterol).
Todas as demais gorduras não incluídas nesta lista, pura e simplesmente são MÁS para a saúde. São as chamadas trans. Fujam delas. São as gorduras processadas e convém evita-las porque são as que nos engordam, elevam a pressão arterial, estão associadas arterioesclorose, modificam os mecanismos de acção do sistema imunitário, dificultam a desintoxicação hepática, reduzem a sensibilidade á insulina e um longo etc... de efeitos nocivos para a saúde. Numa palavra, são perigosas.
São fáceis de identificar. Vêm referidas nas etiquetas com o nome de hidrogenadas ou parcialmente hidrogenadas estão utilizadas, sobre tudo, nos estabelecimentos de comida rápida, batas fritas, alimentos processados e nos fritos dos restaurantes.