Alfândega recebe empresa espanhola

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Ter, 17/10/2006 - 15:52


A empresa espanhola Mecapisa, ligada à tecnologia de produção de energias renováveis, vai instalar-se em Alfândega da Fé, já no próximo ano.

Durante a apresentação do projecto, que decorreu ontem, os responsáveis salientaram que a empresa irá produzir um equipamento inovador em todo o mundo. Trata-se do seguidor “South Face”, um equipamento capaz de produzir energia através do acompanhamento da trajectória do sol.
O chefe do departamento técnico da Mecapisa, Martin Molina, afirma que este produto marca a diferença pelo facto de possuir, apenas, um motor, enquanto os seguidores tradicionais funcionam com dois.
Esta unidade vai arrancar, inicialmente, com o fabrico deste engenho e, posteriormente, pretende pôr em prática outros projectos, nomeadamente a construção de placas solares térmicas, que são utilizadas para o aquecimento de água nas habitações.
Para começar, a Mecapisa vai recrutar 10 trabalhadores, a sua maioria na região, e, a longo prazo, pretende laborar com mais de 30 funcionários.
A Mecapisa Portugal produzirá 90 por cento dos equipamentos da empresa, ao passo que Espanha ficará, apenas, com a restante produção.

À procura de mão-de-obra barata

O gerente da empresa, Vicente Molina, realça que a mão-de-obra mais barata e as facilidades dadas pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé (CMAF) foram os principais atractivos para se implantarem no mercado português.
“A mão-de-obra, em Portugal, é cerca de 30 por cento mais barata do que em Espanha. Produzindo cá podemos ser mais competitivos no mercado”, acrescentou o responsável.
As acessibilidades não parecem ser um problema para os empresários espanhóis, que acreditam na melhoria dos acessos à região nos próximos anos.
A Mecapisa Portugal, que representa um investimento inicial de 1 milhão de euros, será composta por 70 por cento de capital privado e 30 por cento de capital municipal.
O presidente da CMAF, João Carlos Figueiredo, atesta que, para além do apoio, a autarquia também vai ceder o terreno, na zona industrial, e o pavilhão, benefícios que serão quantificáveis ao nível do capital social municipal.
Questionado sobre a afluência de empresas estrangeiras a Alfândega, o edil afirma que estes resultados advêm de três anos de trabalho ao nível da sensibilização ao investimento no concelho.
O edil salientou, ainda, que o “segredo” para cativar empresas para o município passa pelo estabelecimento de contactos e, acima de tudo, pela agilidade de “bater às portas certas”, acrescentando que este investimento surgiu na sequência dos contactos estabelecidos, no passado, com a Renault, que nunca chegou a investir na região.