Qui, 29/06/2006 - 10:02
O objectivo da autarquia, ao promover o curso, passa por preservar a língua e cultura mirandesa. “O ensino é a melhor maneira de apoiar o mirandês, já que as pessoas que frequentaram o curso estão motivadas para aprender a falar e escrever esta língua”, defendeu o presidente da JFS, Manuel Ferreira.
Por outro lado, este tipo de cursos intensivos serve para pôr os falantes a escrever a “lhéngua”, pois são cada vez mais aqueles que querem aprender a redigir o mirandês, conhecer a génese desta língua, bem como as suas origens.
Segundo Amadeu Ferreira, estudioso da língua mirandesa, a oferta deste tipo de curso ainda é pequena, pelo que o exemplo da JFS deveria multiplicar-se um pouco por todo o lado. “Há adesão por parte das pessoas e as instituições têm um papal importante no fomento da aprendizagem do mirandês, já que são cursos que ainda ficam um pouco dispendiosos”, considera o investigador, que assegurou alguns módulos da acção de formação.
Gramática mirandesa
Na óptica de Amadeu Ferreira, o grande desafio que se coloca, actualmente, é a alfabetização em mirandês, não para as pessoas que não sabem ler ou escrever, mas para os que pretendem alfabetizar-se em mirandês. “No passado houve uma campanha promovida pelo Estado para alfabetizar os portugueses e o mesmo poderá acontecer com o mirandês”, sustenta o linguista.
Durante o curso foi distribuído material de aprendizagem aos alunos, por via de um compêndio que reúne cerca de 130 páginas onde houve a preocupação de incluir o maior número de informação possível sobre todos os aspectos da gramática mirandesa.
Amadeu Ferreira relembrou, ainda, que as pessoas interessadas em aprender mirandês começam a ter novas oportunidades.
Prova disso são os cursos que Associação de Língua Mirandesa, sedeada em Lisboa, tem leccionado ao longo dos últimos seis anos, por estes cursos já passaram mais de 200 pessoas na sua maioria mirandesas.
Actualmente funcionam duas turmas: uma na capital e outra em Corroios, já na margem sul.