Águia desafia Campeonato Distrital

Mas, na verdade, as “matrículas” não são sinónimo de êxito desportivo, conforme testemunha o currículo do Águia.
A vida deste clube conta com uma infância pioneira no futebol do Nordeste, que pronto aprendeu a ser autónomo, numa adolescência aventureira. As experiências acumularam-se e, nesta já longa vida, descansou três duros anos. Foram tempos de arquitectar ambições e reforçar as pernas da sua história.
O último campeonato foi para esquecer, como pode testemunhar a tabela classificativa, da época. Por isso, Vítor Fernandes, vice-presidente e jogador, dá o exemplo dentro e fora de campo. Nas quatro linhas espelha a filosofia e vocação da instituição, lutando ferozmente pela vitória, num estilo raçudo e pressionante, fazendo da experiência uma arma precisa dos lances em disputa. Semelhante, é a forma como aborda as jogadas enquanto dirigente, ao projectar a gestão desportiva do clube. O dirigente sublinha que o trunfo do Vimioso é a amizade patente no grupo de trabalho, sem nunca perder o espírito da singularidade cultural, que acompanhou o clube durante toda a História.
Actualmente, a colectividade tem nas suas fileiras vinte e um jogadores, um número significativo para um campeonato que rivaliza com apenas doze equipas. Por conseguinte, “é um plantel mais que suficiente para disputar o campeonato”, registou o dirigente.

Os jogadores compreendem e estão a par da situação financeira e desportiva do clube e só a paixão deles por Vimioso e pelo desporto fazem com que o Águia continue a ter no sangue a cultura futebolística

Confrontado a comparar o Águia 2005 e 2006, o vice-presidente considera “o presente mais forte, com mais soluções e que tem estado evidente dentro de campo, pois o equilíbrio entre a experiência / juventude e atletas / posição é muito maior, facilitando o entendimento e entrosamento de todos”.
Onze elementos directivos, embora no activo só sejam oito, que estão em plena sintonia quanto ao aproveitamento do orçamento do clube, que é construído pelas quotas dos sócios, receitas do bar, patrocínios do comércio vimiosense e, sobretudo, pelo subsídio da Câmara Municipal de Vimioso.
A alegria reina na fortificação do vice Vítor Fernandes, não precisando de entrar em loucuras remuneratórias. “Os atletas são pagos, pouco para eles, mas muito para nós. O orçamento é praticamente para despesas e jogadores. Os jogadores compreendem e estão a par da situação financeira e desportiva do clube e só a paixão deles por Vimioso e pelo desporto fazem com que o Águia continue a ter no sangue a cultura futebolística”, frisou o responsável.
Para além do êxito desportivo, jogadores e direcção lutam cada dia que passa para ultrapassar barreiras entre o concelho e os seus recursos humanos, com o objectivo de encarnar numa só cultura sócio-desportiva.Tudo para levar ao deleite o povo vimiosense e dignificar verdadeiramente a vila.

FUTSAL é uma realidade a curto prazo para que a pouca juventude não se desapegue da terra

“O meu dever é reencontrar o Águia com o sucesso, promovendo a região e proporcionar aos jovens competição e desenvolvimento cívico. Por tudo isto, queremos arrancar com escalões de formação e participar já no próximo ano com Futsal. Esta é uma modalidade muito apreciada nos nossos jovens, que encontram na escola instrumentos para este desporto”, confessou Vítor Fernandes.
Mas não se preocupem os amantes do futebol de onze, pois a continuidade é lema, dando oportunidades a todos os jovens até aos quarenta anos, como é o caso do excelente guarda-redes Rui Santos.
O Futsal é uma aposta ganha pelo visionarismo da direcção do Águia, pela expansão da modalidade e meios do clube para esta prática desportiva. Aliás, é fulcral para que a pouca juventude não se desapegue da terra. “A modalidade de Futsal ressalvará a gente e cultura vimiosense, sendo mais uma opção dentro do desporto nordestino”, retorquiu o dirigente.
Passando, novamente, para o presente, as ambições desportivas fixam-se numa primeira instância, até dois terços do campeonato, em alcançar os cinco primeiros da tabela para, depois, tentar o topo da classificação. A direcção aborda esta questão sem tabus e, se soberanamente subirem, não irão fazer por menos. Apesar de poucos apetrechamentos financeiros, o Águia promete não dar facilidades até ao fim, e caso subam, o passo primordial será conseguir mais apoios da terra, para figurarem com dignidade na horizonte III Divisão Nacional.