Ter, 26/09/2006 - 15:43
Destinado, essencialmente, aos técnicos que operam com os sectores agrícolas, o seminário tentou demonstrar a necessidade de actuar de uma forma estratégica, através de acções integradas tanto na comercialização, como divulgação e promoção dos produtos agrícolas da região, sempre com uma forte aposta no turismo interno.
A organização partiu da Agência de Desenvolvimento Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro (ADRTMAD), que recebeu a visita da sua homóloga do Alentejo, a quem coube a apresentar a Rota dos Sabores, um dos exemplos focados para mostrar a importância de aliar a agricultura ao turismo.
Esta Rota visa a promoção dos produtos de qualidade com o nome “Região Alentejo”, através da criação de itinerários identificados com placas viárias na área de intervenção do projecto, que integra as Regiões e os Postos de Turismo, os produtores e transformadores de produtos qualificados e as autarquias.
Produtos valorizados
O presidente da ADRTMAD, Abreu Lima, afirma que na região há produtos de elevada qualidade, mas com custos de produção muito elevados, inerentes aos processos de produção e características de minifúndio, o que torna inviável a competitividade de exportação.
Para manter uma agricultura com essas características e torná-la uma mais-valia no desenvolvimento sustentável da região é preciso, segundo Abreu Lima, criar consumidores que possam pagar esses produtos, ou seja, fomentar o turismo.
A criação de unidades turísticas na região, associadas a iniciativas de organização logística que permitam actuar nos campos de promoção, comercialização e distribuição dos produtos, são os vectores que irão influenciar o futuro da agricultura na região.
Questionado se o aumento verificado ao nível do número de camas em unidades de turismo rural é suficiente, Abreu Lima afirmou que são necessárias muitas mais.
Cooperação entre entidades locais
O encerramento do seminário contou com a presença do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, que realçou que é necessário que cada região encontre o que a torna diferente, o que melhor sabe produzir e o que possa ser considerado uma mais-valia para o desenvolvimento da região.
Na óptica do governante, o desenvolvimento deve fazer parte de um plano estratégico para áreas com uma dimensão maior que a concelhia. Além disso, considera que deve ser organizado num processo de auscultação de todas as entidades que actuam no meio, como é o caso das Agências de Desenvolvimento Regional, Câmaras Municipais, Federações e entidades empresariais.
Em Macedo de Cavaleiros, o economista anunciou que o Governo está a trabalhar na construção de um programa de valorização de recursos em territórios de baixa densidade populacional, trabalho esse que deverá ser apresentado ao País no segundo semestre do próximo ano.